Cidades inteligentes: o exemplo de Nursultan

Segundo a Organização das Nações Unidas, em 2050 cerca de 70% da população mundial viverá em áreas urbanas. O crescimento urbano intensivo apresenta novos desafios ecológicos, de segurança e de sustentablidade para as cidades do futuro.
De acordo com especialistas internacionais, a criação de "cidades inteligentes" poderá contribuír para fazer face a estes desafios e melhorar a qualidade de vida das populações urbanas. Mas o que são "cidades inteligentes," e que impacto têm na vida dos seus habitantes bem como no sector do turismo?
A questão foi alvo de debate na 8ª Cimeira Internacional de Turismo Urbano da Organização Mundial de Turismo, realizada de 9 a 12 de Outubro de 2019 na cidade de Nursultan, no Cazaquistão, e dedicada este ano ao tema Cidades Inteligentes-Destinos Inteligentes. Organizada no âmbito da Nova Agenda Urbana e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, a cimeira foi organizada em colaboração com o município da capital cazaque.
Uma das conclusões da cimeira é que a atração de turistas não deve ser feita à custa dos residentes. Segundo a especialista da Organização Mundial de Turismo, Sandra Carvão, dada a popularidade crescente do turismo urbano, a criação de cidades inteligentes pode fomentar o desenvolvimento socio-económico e depende de cinco factores: inovação, tecnologia, acessibilidade, sustentabilidade e gestão urbana.
Em 2018, o número global de turistas internacionais atingiu os 1,4 mil milhões e com as novas tecnologias inteligentes, este número continuará a aumentar. Por isso, para a Vice-presidente da Câmara de Helsínquia, Pia Pakarinen, é importante colocar os residentes em primeiro lugar.
Não é por acaso que Nursultan foi a cidade escolhida para acolher a cimeira da Organização Mundial de Turismo. Desde os anos '90, a população da cidade triplicou. Sendo uma cidade relativamente jovem, a capital do Cazaquistão está a tentar ter uma abordagem diferente de desenvolvimento urbano.
Segundo o presidente da câmara de Nursultan, Altay Kulginov, a introdução de novas tecnologias é uma necessidade.
Um exemplo destas novas tecnologias é uma nova aplicação recentemente introduzida na cidade que, em meia-dúzia de cliques, permite o acesso a mais de 75 serviços, relativos a transportes públicos, educação, impostos ou mesmo serviços médicos. A aplicação é já utilizada por 1 em cada 5 residentes em Nursultan.
Nos últimos anos, a capital cazaque introduziu também um passe electrónico de saúde, o e-Health, com vista a acelerar e tornar mais fácil o acesso a serviços de saúde.
Em Nursultan, o conceito de "cidade inteligente" já é uma realidade. O seu objetivo é simples: melhorar a qualidade de vida na cidade, apoiando os seus habitantes ao mesmo tempo que os envolve de forma ativa no desafio do desenvolvimento urbano e do crescimento económico sustentável.