As vagas de calor representam um risco para a saúde das crianças, dos idosos e das pessoas com determinados problemas de saúde.
Este fim de semana, partes da Europa foram atingidas por uma vaga de calor no início do verão, com temperaturas que ultrapassaram os 35 graus Celsius em França e o Reino Unido a registar o dia mais quente de 2025.
Embora a maioria das zonas tenha arrefecido, os meteorologistas preveem que as vagas de calor se tornem mais comuns à medida que as alterações climáticas agravam o problema e tornam as regiões já quentes ainda mais quentes.
As ondas de calor significam mais do que eventos cancelados. Também representam um risco para a saúde, especialmente para as crianças, os idosos e as pessoas com determinadas condições de saúde.
Eis algumas dicas sobre como se manter seguro este verão.
Quando é que o calor se torna perigoso?
A resposta depende de mais do que a temperatura. A medição mais detalhada é a chamada temperatura natural de bolbo húmido (WBGT na sigla em inglês, ou Wet Bulb Globe Temperature), que inclui a temperatura, a humidade, a cobertura de nuvens e o vento.
O índice de calor, que mede a temperatura e a humidade, é menos descritivo mas mais fácil de encontrar nas aplicações meteorológicas.
A exposição prolongada a temperaturas elevadas pode ser perigosa. Por exemplo, um dia em que as temperaturas atinjam 36 graus e 45% de humidade seria considerado arriscado para exposição prolongada ou atividade extenuante no exterior - mesmo para algumas pessoas jovens e saudáveis.
Como arrefecer
As mínimas durante a noite podem ser uma parte particularmente perigosa de uma onda de calor, disse Ashley Ward, diretora do Centro de Inovação em Políticas de Calor da Universidade de Duke, nos EUA.
"Quando as temperaturas noturnas não descem abaixo dos [24 graus], começamos a assistir a resultados extraordinários no que diz respeito a doenças provocadas pelo calor e insolação, e até mesmo à mortalidade", afirmou Ashley Ward.
A resposta de Ward: encontrar ar condicionado, por exemplo, em cinemas, centros comerciais e bibliotecas.
Em casa, crie um "canto fresco" e durma lá, para que o seu corpo esteja preparado para enfrentar o dia seguinte, Ward disse. Em locais húmidos, basta usar uma ventoinha.
É fundamental encontrar formas de se manter hidratado e de baixar a temperatura corporal. Pode fazê-lo bebendo muitos líquidos, molhando a roupa ou colocando água fria ou um pano frio nas mãos, pés, axilas e pescoço. Uma ventoinha de mão portátil ou um colete refrescante também podem ajudar.
Se estiver a fazer exercício, evite as horas mais quentes do dia e leve mais água do que aquela que pensa precisar.
Conhecer os sintomas das doenças provocadas pelo calor
Os sintomas das doenças provocadas pelo calor podem variar de pessoa para pessoa, afirma Bharat Venkat, diretor do Laboratório de Calor da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos EUA.
Os medicamentos ou as doenças subjacentes também podem dificultar a regulação da temperatura corporal ou a perceção de que se está a ficar demasiado quente.
Os primeiros sinais de problemas incluem transpiração intensa, cãibras musculares e dores de cabeça. É nessa altura que deve parar o que está a fazer e refrescar-se - por exemplo, lavando-se com água fria ou procurando um espaço com ar condicionado.
À medida que o esgotamento pelo calor se instala, surgem novos sintomas, incluindo um ritmo cardíaco mais acelerado e tonturas. Segue-se a insolação, que pode incluir confusão, palavras arrastadas e desmaios.
Ward diz que é nessa altura que se deve chamar os serviços de emergência.
"Não tenha vergonha de telefonar [para pedir ajuda de emergência] ou de ir aos serviços de urgência quando achar que pode ter exagerado no calor", disse ele.