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Estudo: cantores famosos morrem mais cedo do que outros

Objetos são expostos junto a uma efígie de Whitney Houston num memorial em memória da estrela falecida, na Califórnia, a 13 de fevereiro de 2012
Expõem-se objetos junto de uma representação de Whitney Houston num memorial à estrela falecida na Califórnia a 13 de fevereiro de 2012 Direitos de autor  Damian Dovarganes/AP Photo
Direitos de autor Damian Dovarganes/AP Photo
De Gabriela Galvin
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Em média, músicos famosos morreram aos 75 anos, enquanto os menos conhecidos viveram até aos 79 anos, conclui um novo estudo.

Se o ditado «só os bons morrem jovens» lhe parece dramático, talvez valha a pena olhar para as estrelas pop, porque os dados podem confirmá-lo.

Os cantores famosos morrem cerca de quatro anos mais cedo do que aqueles que evitam os holofotes, segundo uma nova análise de algumas das maiores estrelas do século XX na Europa e na América do Norte.

Os resultados sugerem que os fatores de stress psicológicos da fama, como a falta de privacidade, o escrutínio público intenso, horários extenuantes e a pressão para atuar, podem alimentar problemas de saúde mental e mecanismos de adaptação nocivos que contribuem para uma morte prematura.

A fama parece ser um «fardo crónico que amplifica os riscos profissionais existentes», disseram os investigadores da Universidade Witten/Herdecke, na Alemanha.

Acompanharam dados de saúde de 324 cantores famosos, nascidos entre 1910 e 1975, e compararam-nos com outros 324 cantores com perfis semelhantes, do género e etnia ao género musical e tipo de formação, que não alcançaram o estatuto de celebridade.

Todos os artistas estiveram ativos entre 1950 e 1990, numa era marcada pela ascensão e evolução do rock and roll, punk, disco, grunge e hip-hop, o que deu aos investigadores dados de longo prazo suficientes sobre a saúde e os riscos de mortalidade até 2023.

Preço da fama

Em média, os músicos famosos morreram aos 75 anos, enquanto os seus contemporâneos menos conhecidos viveram até aos 79, segundo o estudo, publicado no Journal of Epidemiology and Community Health.

Artistas a solo apresentaram um risco 26% superior de morrer face aos vocalistas de bandas, concluiu o estudo, mas os perigos da fama acabaram por atingi-los na mesma. No geral, os cantores famosos tinham 33% mais probabilidade de morrer mais jovens do que os músicos sem estatuto de celebridade.

Os investigadores afirmam que os resultados sugerem que o risco acrescido de morte não se deve a diferenças pré-existentes entre os artistas nem a causalidade inversa (quando morrer jovem torna um artista mais famoso), mas que se tornar famoso aumenta o risco de uma morte mais precoce.

É um nível de risco semelhante ao de fumar ocasionalmente, o que aumenta a probabilidade de morte em 34%, disseram.

«Ser famoso parece tão prejudicial que anula quaisquer benefícios potenciais associados a um elevado estatuto socioeconómico», disseram os investigadores.

Importa notar que os resultados não provam que a fama faça as pessoas morrer mais jovens, apenas que os dois fatores estão relacionados. O estudo também não considerou outros tipos de celebridade, como estrelas de cinema ou atletas profissionais, pelo que as conclusões podem não se aplicar para lá dos cantores ou a outras regiões do mundo.

Há exceções que podem confirmar a regra, como Mick Jagger, de 82 anos, líder dos Rolling Stones, que se envolveu notoriamente com drogas ilegais no início da carreira, mas continua capaz de encher arenas.

Mas, no conjunto, os resultados sugerem que, se alguma vez sonhou com uma digressão mundial ou com a glória dos Grammy, talvez deva repensar. A fama pode trazer algumas vantagens, mas, ao que parece, não concede anos extra.

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