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Estudo revela: cérebro só atinge maturidade aos 32; 5 grandes fases do nascimento à velhice

Mulher segura a mão de uma pessoa idosa
Mulher segura a mão de uma pessoa idosa Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
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Investigadores identificam cinco fases distintas da arquitetura do cérebro, que evoluem desde a infância até ao final dos 80 anos de idade.

À medida que envelhecemos, o cérebro muda. Um novo estudo identifica exatamente quando ocorrem essas alterações.

A estrutura cerebral atravessa cinco fases distintas, marcadas por quatro pontos de viragem aos 9, 32, 66 e 83 anos, segundo o estudo, publicado na revista Nature Communications.

A investigação é a primeira a identificar grandes fases da conectividade cerebral ao longo da vida, lançando nova luz sobre vulnerabilidades do cérebro em diferentes etapas, por exemplo, dificuldades de aprendizagem na infância e condições associadas à idade, como a demência.

“Ao olharmos para trás, muitos de nós sentimos que a vida foi marcada por diferentes fases”, disse Duncan Astle, autor sénior do estudo e professor de neuroinformática na Universidade de Cambridge.

“Acontece que os cérebros também passam por estas eras”, acrescentou em comunicado.

A equipa de Astle comparou exames do cérebro de cerca de 3.800 pessoas, dos 0 aos 90 anos. Os exames acompanham o movimento das moléculas de água no cérebro, permitindo aos investigadores mapear as ligações neurais e identificar momentos‑chave de mudança do desenvolvimento ao longo da vida.

Na primeira fase, da primeira infância até cerca dos 9 anos, formam‑se milhares de milhões de novas ligações neurais e as inativas são eliminadas. Tanto a substância cinzenta como a substância branca crescem rapidamente.

A substância cinzenta processa e interpreta informação, enquanto a substância branca a transmite a outras partes do sistema nervoso, funcionando como rede de comunicação do cérebro.

Este processo conduz a um pico de espessura cortical e de dobragem cortical (as cristas da parte externa do cérebro), ambas consideradas críticas para a saúde e o desenvolvimento cerebral.

Segue‑se a fase adolescente, definida pelo crescimento da substância branca e por ligações mais eficientes entre diferentes partes do sistema nervoso.

Segundo o estudo, a adolescência prolonga‑se, em média, até aos 32 anos. Depois, entra‑se na era adulta, que os investigadores designam o “ponto de viragem topológico mais forte” das nossas vidas.

A estrutura do cérebro estabiliza no início dos 30 e mantém‑se cerca de três décadas antes de iniciar outra fase. Por volta dos 66 anos, o cérebro transita para uma fase de “envelhecimento inicial”, com a substância branca a começar a degradar‑se, reduzindo estas ligações.

“É uma idade em que o risco de várias condições de saúde que podem afetar o cérebro, como a hipertensão, aumenta”, disse Alexa Mousley, autora principal do estudo e investigadora da Universidade de Cambridge.

A fase final começa por volta dos 83 anos, quando a conectividade continua a diminuir e o cérebro passa a depender ainda mais de certas regiões, embora haja poucos dados para esta etapa.

Os investigadores afirmam que as conclusões podem ajudar a compreender a base neuronal de condições que afetam a atenção, a linguagem, a memória e o comportamento.

“Pode ajudar a perceber por que motivo alguns cérebros se desenvolvem de forma diferente em momentos‑chave da vida, seja em dificuldades de aprendizagem na infância, seja na demência em idades mais avançadas”, disse Mousley.

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