O cacau e o café ganham um outro sabor no Peru

O cacau e o café ganham um outro sabor no Peru
De  Monica Pinna
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Sabia que o cacau peruano pode ter até 20 sabores diferentes? E que um dos cafés mais raros do mundo é produzido nos Andes?

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Sabia que o cacau peruano pode ter até 20 sabores diferentes? E que um dos cafés mais raros do mundo é produzido nos Andes? Fique a saber como funciona o comércio justo peruano.

Comércio justo

  • A produção de café no Peru iniciou-se no século 18. A variedade Typica representa 60% das exportações.
  • Há mais de 110 mil produtores de café no Peru.
  • Entre 15% a 25% das explorações de café pertencem a cooperativas de comércio justo.
  • O Peru é o terceiro maior produtor de cacau da América Latina.

Jorge Minaya Huamàn é um dos cerca de 300 membros de uma cooperativa de café peruana chamada Huadquiña, situada perto de Machu Picchu, nos Andes. Todos os dias, de junho a outubro, sobe a montanha para colher grãos de café. Não é uma tarefa propriamente fácil: os campos situam-se entre os 1300 e os 2400 metros de altitude. Os familiares e vizinhos entreajudam-se nas respetivas colheitas.

Um café que se tornou “especial”

“A cooperativa tem uma secção técnica que nos ensina a colher de forma mais eficiente, e também a selecionar as sementes, a fazer as plantações, a organizar os campos, a fertilizá-los”, explica-nos Jorge.

Os agricultores são formados nos princípios do comércio justo: parte do dinheiro que recebem deve ser investido a tornar as plantações mais sustentáveis. Através da colheita seletiva, por exemplo. A qualidade do café saiu a ganhar.

A cooperativa utiliza grãos Pergamino, que consistem em sementes secas dentro da casca, ou as chamadas “cerejas”, que são processadas mal chegam às instalações. A polpa é removida, a vagem é deixada a fermentar durante cerca de 20 horas e as sementes são lavadas e secas.

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“O nosso produto é muito homogéneo em termos de qualidade, tentamos manter a consistência. No que respeita aos preços, adiantamos 80% do dinheiro aos agricultores e depois, quando vendemos, a diferença normalmente ultrapassa os 20%, pode ir até aos 50-60%. Quase 80% da produção se destina ao Reino Unido. O resto vai para os Estados Unidos, Canadá e parte da Europa”, diz-nos Hebert Quispe Palomino, responsável da Huadquiña.

Esta cooperativa foi fundada há 52 anos. O salto na qualidade deu-lhe acesso a outros mercados e argumentos para competir com variedades exclusivas. Benjamin Schweitzer vem aqui escolher o chamado café especial para uma empresa de exportação: “A variedade desta região, a Typica, é uma das mais antigas. Mas é difícil encontrá-la porque não resiste às pragas que afetam as plantações”.

Benjamin avalia o aroma, a acidez, o corpo do café. A variedade Typica é apresentada como floral e cítrica. “Decidimos o que é vendido como ‘café especial’, e pagamos ao produtor um prémio, e o que é vendido como café de comércio justo, que lhe garante sempre um valor mínimo”, salienta.

Cacau que sabe a banana e rosas

Dos campos de Santa Teresa passamos para a cidade de Quillabamba. Fomos ao encontro de Edwin Cuentas Chacon, que nos deu a conhecer as plantações de cacau orgânico da cooperativa Urubamba.

“Temos duas variedades diferentes de cacau: o ‘Chuncho’ e o híbrido. O primeiro é melhor na qualidade; o segundo, na quantidade. O Chuncho tem aromas diferentes: pode saber a banana, a rosas ou até a manga”, afirma.

Os cerca de 140 associados desta cooperativa que produzem cacau orgânico recolhem, em média, uma tonelada por hectare. “O nosso objetivo é, com a ajuda dos incentivos que recebemos, aumentar exponencialmente o cultivo de Chuncho” aponta Edwin.

O Peru é, neste momento, o oitavo maior produtor mundial de cacau.

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