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Biden e Trump enfrentam-se no primeiro debate eleitoral da época

O Presidente Joe Biden e o candidato presidencial republicano Donald Trump, à esquerda, durante o debate presidencial da CNN em Atlanta, 27 de junho de 2024
O Presidente Joe Biden e o candidato presidencial republicano Donald Trump, à esquerda, durante o debate presidencial da CNN em Atlanta, 27 de junho de 2024 Direitos de autor  John Bazemore/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor John Bazemore/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Tamsin Paternoster
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O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu rival republicano, Donald Trump, lutaram pelo controlo da narrativa política num debate tenso que destacou a guerra na Ucrânia e as condenações criminais de Trump.

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Os dois candidatos apresentaram as suas visões para a Presidência dos EUA num debate de alto nível em que ambos tentaram convencer os eleitores antes das eleições de novembro.

Com transmissão direta na CNN, desde Atlanta, o debate começou friamente: os dois candidatos não apertaram as mãos antes de se dirigirem para os seus palanques.

Ambos os candidatos são conhecidos pelos eleitores como largamente impopulares - conforme as sondagens - e oferecem pontos de vista dramaticamente diferentes sobre praticamente todas as questões fundamentais da América e do mundo.

Trump culpa Biden pela guerra na Ucrânia

Quando lhe perguntaram se concordava com as condições de Putin para pôr fim à guerra da Rússia na Ucrânia, Trump afirmou que Putin decidiu invadir o país depois de ver como a administração Biden lidou com a saída da guerra no Afeganistão.

Apesar de confirmar que não aceitaria as condições de Putin para acabar com a guerra, Donald Trump prometeu "resolver" a guerra, mas não foi capaz de explicar como. O candidato populista reiterou o seu anterior argumento de campanha de que os EUA estavam a fornecer demasiada ajuda financeira à Ucrânia, apelidando Zelenskyy de "vendedor" que recebe constantemente dinheiro dos EUA.

Joe Biden respondeu afirmando que Vladimir Putin era um "criminoso de guerra" que não iria parar com a Ucrânia. O presidente dos EUA afirmou ainda que a NATO produz "tanto para a Ucrânia" como os EUA e que a força da América "reside nas suas alianças".

O presidente Joe Biden, à direita, e o candidato republicano, Donald Trump, à esquerda, durante um debate presidencial organizado pela CNN, quinta-feira.
O presidente Joe Biden, à direita, e o candidato republicano, Donald Trump, à esquerda, durante um debate presidencial organizado pela CNN, quinta-feira. Gerald Herbert/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

Trump repetiu o seu mantra de que os aliados europeus não gastam tanto na NATO como os EUA, afirmando que conseguiu pressionar os aliados a aumentarem as despesas respetivamente.

As eleições presidenciais de novembro são muito importantes para a Ucrânia, que é atualmente o principal beneficiário da ajuda externa dos EUA e depende da ajuda militar para se defender das tropas russas.

Biden promove acordo de cessar-fogo em Gaza

Durante uma tensa troca de impressões sobre a guerra entre Israel e o Hamas, Trump esquivou-se à pergunta sobre se apoiaria um Estado palestiniano independente. Afirmou que Israel deveria "terminar o trabalho" e acusou Biden de agir como um "palestiniano".

Biden respondeu ao reafirmar o seu apoio a Israel, mas concentrou-se no Hamas, comentando que este devia ser eliminado. O democrata apresentou um plano que incluía a troca de reféns por prisioneiros palestinianos e a continuação de um "cessar-fogo com condições adicionais".

Em maio, Biden apresentou uma proposta de cessar-fogo em três fases, que incluía uma pausa nos combates, a retirada das forças israelitas de Gaza e a libertação dos restantes reféns levados de Israel.

Tal como fez com a Ucrânia, Donald Trump afirmou que a guerra não teria acontecido se ele estivesse no poder - dizendo que o Irão estava "falido" quando ele era presidente e "não tinha dinheiro para o Hamas".

Confrontos sobre imigração e... golfe

Por outro lado, os dois candidatos discutiram sobre as suas visões políticas em matéria de imigração, economia e aborto que são completamente opostas. A prática do golfe foi várias vezes mencionada como forma de demonstrar as alegadas incapacidades cognitivas e motoras de cada um dos candidatos.

Trump reiterou a retórica anti-imigração, afirmando que as políticas de "fronteira aberta" de Biden criaram um aumento da criminalidade, dizendo que "temos de tirar muitas destas pessoas de lá".

Os dois candidatos também falaram sobre a revogação da lei conhecida por Roe vs Wade, com Biden a considerar que concedeu aos cidadãos o direito constitucional ao aborto - uma "coisa terrível". Enquanto Trump respondeu dizendo que não iria bloquear a medicação para o aborto e argumentou que os estados devem ter o direito de decidir se o aborto deve ser legal ou não, concluindo que "agora os estados estão a resolver isso".

O debate foi um pouco mais silencioso em comparação com a última vez que os candidatos se enfrentaram em 2020, muito devido à decisão de desligar os microfones dos candidatos quando o outro falava para evitar interrupções.

Debate entre os dois candidatos presidenciais nos EUA
Debate entre os dois candidatos presidenciais nos EUA AP Photo

Contudo, não deixou de resvalar para o foro pessoal quando as condenações criminais de Trump vieram à baila, com Biden a disparar um conjunto de críticas contra o antigo Presidente, chamando-lhe de "criminoso condenado" com a moral de um "gato do beco".

No mês passado, Trump foi considerado culpado de 34 acusações de falsificação de registos de negócios sobre um pagamento de dinheiro obscuro à estrela de filmes pornográficos Stormy Daniels em 2016.

Os candidatos falaram brevemente sobre a idade de cada um, com Trump a afirmar que "teve um bom desempenho" nos testes cognitivos, antes de, uma vez mais, voltarem a falar de golfe - muitas vezes aplicado durante o debate - dizendo que Biden "não conseguia acertar uma bola num buraco a 50 metros".

Vários apoiantes dos democratas comentaram no rescaldo do debate que o desempenho inicial de Biden foi fraco.

O Presidente falou com uma voz rouca e pareceu perder a linha de pensamento quando tentou responder a uma pergunta sobre política fiscal - terminando a frase referindo-se ao Medicare (serviço de saúde).

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