Há 39 anos que Portugal não vence uma partida contra a França. Então, marcaram Nené e Marinho numa vitória por 2-0 no Estádio Olímpico Yves-du-Manoir, em Colombes.
Apenas duas semanas e meia depois de assumir o cargo, Fernando Santos não conseguiu fazer melhor que Juca, Otto Glória, a Comissão Técnica de 1984 (Fernando Cabrita, António Morais, Toni e José Augusto), António Oliveira (duas vezes), Artur Jorge, Humberto Coelho e Luiz Felipe Scolari.
Todos eles tentaram levar de vencida a equipa gaulesa pela primeira vez desde o triunfo da equipa de José Maria Pedroto em 1975, todos eles foram derrotados.
Fernando Santos, no entanto, fez questão de cortar com o passado. Pela primeira vez desde há muito tempo, ousou abdicar do 4-3-3 que já todos conheciam de cor e salteado, sobretudo os adversários.
Arriscou numa frente de ataque móvel com Danny mais recuado, Ronaldo e Nani sem posições fixas e a verdade é que mesmo sem um ponta de lança como referência ofensiva, Portugal criou bastantes dificuldades à defensiva francesa. Apenas chegou ao golo da marca de grande penalidade, é certo, mas é certamente um sistema que merece uma nova oportunidade. Quanto mais não seja porque coloca a tática ao serviço dos jogadores e não os jogadores ao serviço de um esquema rígido e desajustado.
No meio campo, a agressividade de Tiago foi muito bem-vinda (obrigado Simeone). William Carvalho apenas entrou ao intervalo mas mostrou que tem de ser titular. Tal como o homem do Atlético de Madrid. André Gomes e João Moutinho estiveram bastante longe do seu melhor e estão longe de terem o lugar garantido até porque João Mário entrou muito bem no encontro já na segunda parte.
A defesa foi sem dúvida o calcanhar de Aquiles da equipa, sobretudo as faixas laterais. Cédric e Eliseu sentiram muitas dificuldades ao longo dos noventa minutos. Ambos os golos dos franceses revelaram uma passividade assustadora da equipa portuguesa.
Portugal perdeu mas deixou as quatro linhas de cabeça erguida. Nem sempre foi o caso nos últimos tempos.