Escalada de violência em Jerusalém: seis mortos numa sinagoga

Seis mortos e dois feridos é o balanço das vítimas de um ataque, esta manhã, numa sinagoga, na parte ocidental de Jerusalém.
Dois homens armados de machados, facas e armas de fogo, entraram na sinagoga e atacaram os fiéis, que rezavam no interior, tendo matado quatro pessoas e deixado feridas mais três.
Os dois atacantes estão entre os mortos. Foram abatidos a tiro pelas forças de segurança israelitas. Ambos eram palestinianos.
A vingança
A sinagoga encontra-se no bairro Har Nof, próximo do local onde foi encontrado ontem, enforcado, um motorista palestiniano de um autocarro dos transportes públicos de Jerusalém.
O homem foi encontrado enforcado dentro do autocarro que conduzia. A polícia avançou com a tese de suicídio, mas a família da vitima fala de assassinato.
Ontem, dezenas de jovens palestinianos tinham participado num protesto junto ao muro que separa o território palestinano da zona israelita.
Esta é mais uma etapa na escalada de violência nos territórios israelita e palestiniano das últimas semanas.
A Frente Nacional de Libertação da Palestina reivindicou o ataque, que considerou como “um ato heróico”.
O movimento islamita da Faixa de Gaza, Hamas, saudou o ataque. Nas mesquitas da Faixa de Gaza, os oradores apelam à continuação da vingança.
Reações rápidas
Do lado israelita, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyhau,
acusou o Hamas e o presidente da Autoridade Palestiniana de estarem por detrás do ataque e afirmou que “Israel vai responder com mão de ferro”.
Num comunicado enviado à imprensa, Mahmoud Abbas condenou, por seu turno, o atque, nos seuintes termos: “A presidência condena o ataque contra fiéis judeus, num local de oração e a morte de civis, quem quer que sejam os autores”.
O chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, também condenou o atentado, que considerou como “um ato de puro terror”.
Kerry disse: “Em Jerusalém, palestinianos atacaram judeus que rezavam numa sinagoga. Pessoas que tinham ido orar a Deus, num santuário, numa sinagoga, foram atacados e assassinados num local sagrado, num ato de puro terror e de brutalidade.
Apelo aos líderes palestinianos – a todos os níveis – que condenem isto da forma mais firme. Este tipo de violência não é aceitável em sítio nenhum”.
O secretário de Estado norte-americano lembrou as recentes conversações entre palestinianos e israelitas na Jordânia, sob a égide do rei Abdallah, para a definição do estatuto da Esplana das Mesquitas.
A caminho de uma nova Intifada?
Esta nova vaga de violência entre israelitas e palestinianos começou em meados de outubro, quando polícias israelitas entraram em confronto com jovens palestinianos, na Esplanada das Mesquitas, um local sagrado para os muçulmanos e também para os judeus, que lhe chamam Monte do Templo.
Este local de culto das duas religiões é o grande foco de tensão entre as duas comunidades, mas foi a primeira vez que a polícia entrou no local, o que foi considerado uma violação e uma afronta pelos palestinianos.
Na sequência deste episódio têm-se repetido os atos de violência em Jerusalem e nos territórios ocupados da Cisjordânia.