Numa entrevista exclusiva à Euronews, o presidente sudanês, Omar al-Bashir, acusa os serviços secretos israelitas e norte-americanos de apoiarem
Numa entrevista exclusiva à Euronews, o presidente sudanês, Omar al-Bashir, acusa os serviços secretos israelitas e norte-americanos de apoiarem grupos extremistas islâmicos, como o autodenominado Estado Islâmico.
O chefe de Estado sudanês defende-se da acusação de genocídio e crimes de guerra, levadas ao Tribunal Penal Internacional, pelas atrocidades cometidas em Darfur e que terá ordenado.
Omar al-Bashir dá o seu ponto de vista sobre a secessão do Sudão do Sul, em 2011, e fala das eleições previstas para abril deste ano.
Quem é Omar al-Bashir?
- Nasceu em 1944 quando o Sudão estava sob o domínio Anglo-Egípcio.
- Fez carreira militar e serviu no exército egípcio durante a guerra Israelo-Árabe, em 1973. Também esteve envolvido na luta contra o Exército Popular de Libertação do Sudão, do Sudão do Sul, no início da guerra civil.
- Assumiu o controlo do Sudão, na altura o maior país de África, num golpe militar em 1989, assumindo a presidência do país.
- Foi o primeiro Chefe de Estado, em exercício, a ser indiciado pelo Tribunal Penal Internacional sob acusação de assassinatos em massa e violações, em Darfur.
Sobre o grupo Estado Islâmico:
- Diz que a CIA e a Mossad são as únicas organizações a ganharem com o crescimento do grupo Estado Islâmico
- Afirma que as ações de Israel contra os Palestinianos levam os jovens a juntarem-se às fileiras do autodenominado Estado Islâmico
- Afirma que o Sudão enfrentou, com sucesso, o extremismo islâmico no seu território graças à reeducação de jovens aspirantes a jihadistas
Sobre as acusações de genocídio e crimes de guerra:
- Nega limpeza étnica em Darfur
- Diz que as acusações do TIP têm motivações políticas para obrigar a uma mudança de regime
- Alega que as acusações fazem parte de uma campanha contra o Sudão
Sobre a secessão no Sudão do Sul:
- Afirma não lamentar a separação do Sudão do Sul apesar das implicações económicas para o Sudão
Veja a entrevista na íntegra, abaixo
Sudão
- Entre 1899 e 1956, o Sudão estava sob administração conjunta do Reino Unido e do Egito visto, na época, o Egito ser um protetorado da Grã-Bretanha.
- O Egito entregou tacitamente a sua soberania sobre o Sudão na sequência da Revolução egípcia de 1952. O plano foi projetado por nacionalistas egípcios para obriGAR a Grã-Bretanha a abrir mão do controle do Sudão. Este torna-se então um Estado independente e o maior do continente africano até à perda da região sul do território que culminou com o nascimento do do Sudão do Sul – em 01 de janeiro de 1956.
- Darfur. Quando Grã-Bretanha e Egito reconheceram a soberania do Sudão, em 1899, a região de Darfur deu um passo rumo ao sultanato independente. No entanto, em 1916, a Grã-Bretanha incorporou o Darfur no Sudão para evitar que caiam nas mãos do Império Otomano, na Primeira Guerra Mundial I.
- O Sudão do Sul tornou efetivamente independente do Sudão em 9 de julho de 2011, seis meses após um referendo em que 98,83% do eleitorado no sul votou a favor da secessão.
EM NÚMEROS
• Tamanho: 1.860.000 km2
• População: 37.290.000 (julho 2014 estimativa)
• PIB per capita: $ 1793
• A idade média: 19,1 anos
• Taxa de alfabetização: 71,9%
• Religiões: muçulmanos sunitas, minoria cristã
• Línguas oficiais: árabe e Inglês (Fontes: CIA Factbook, República do Sudão do Sul)