O Iémen é o mais pobre dos países árabes e palco de uma das várias batalhas sectárias em curso no Médio Oriente. Recentemente, o enviado especial da
O Iémen é o mais pobre dos países árabes e palco de uma das várias batalhas sectárias em curso no Médio Oriente.
Recentemente, o enviado especial da ONU ao Iémen, Jamal Benomar, afirmou que o país está “à beira de uma guerra civil”.
Base da Al-Qaeda da Península Arábica, grupo sunita particularmente empenhado em atingir alvos norte-americanos, o Iémen é agora atingido também pelas incursões mortíferas de sunitas suicidas que em meados de março atacaram mesquitas xiitas em Sanaa, matando 137 pessoas.
Os ataques foram reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico. Estas ações visaram os Hutis, um movimento xiita fundado em 2004 que reivindica maior autonomia para o norte do país.
Começa-se assim a esboçar o enquadramento político que levou ao alerta do enviado da ONU.
Os Hutis que lutam contra o governo sunita de Abd-Rabbu Mansour Hadi são apoiados pelo Irão, o maior Estado xiita do mundo.
O Governo, quase inexistente, conta com o apoio da Arábia Saudita, maioritariamente sunita, que pretende reforçar a sua influência na região.
Entre ameaças indiretas de intervenção externa, o esboço é agora um pouco mais claro, mas a perspetiva é sombria e leva a temer o aparecimento de um quadro complexo, idêntico ao da Síria.
Alguns números sobre o Iémen
(Fontes: ONU e Banco Mundial) População: 24,4 milhões de habitantes (2013)
PIB: 32,8 mil milhões € (2013)
PIB per capita: 1.257 €
Superfície: 527.968 quilómetros quadrados
Esperança média de vida: 63 anos
Transparência Internacional – corrupção: 161º (em 171)
Liberdade de imprensa segundo tabela da organização Repórteres Sem Fronteiras: 167º (em 180)