Quénia recorda com dor e revolta as vítimas do massacre de Garissa

Entre a dor e a revolta, estudantes e residentes de Nairobi concentraram-se, esta terça-feira à noite, numa vigília em memória da quase centena e meia de vítimas do ataque contra a Universidade de Garissa, na semana passada.
No Quénia, tudo o que dizemos é que foi a corrupção que os matou. Porque, se não houvesse corrupção neste país teria sido possível evitar o que aconteceu.
Velas e flores foram depositadas pelos cidadãos, que não escondem a revolta em relação à situação que se vive no Quénia:
“Morreram. Mas, podia ter sido evitado. Tudo o que dizemos, no Quénia, é que foi a corrupção que os matou. Porque, se não houvesse corrupção neste país teria sido possível evitar o que aconteceu”, referiu um dos organizadores da vigília.
Foram recordados os nomes e os rostos dos estudantes mortos no massacre levado a cabo por elementos da milícia al-Shabab, um braço da Al-Qaeda na vizinha Somália.
À tarde, centenas de estudantes marcharam em protesto pelas ruas da capital do Quénia.
Ainda esta terça-feira, 6 suspeitos de envolvimento no massacre foram presentes a tribunal. Ficam em prisão preventiva enquanto as autoridades prosseguem a investigação.
O alegado cabecilha do ataque, Mohamed Mohamud, tem a cabeça a prémio por cerca de 200.000 euros.
O massacre de quinta-feira, na Universidade de Garissa fez 148 mortos.
A milícia al-Shabab já matou mais de 400 pessoas no Quénia desde que Uhuru Kenyatta chegou à presidência há dois anos.