Campanha eleitoral tensa na Turquia, para as eleições legislativas de 7 de junho. À medida que se aproxima o dia do voto, registam-se cada vez mais
Campanha eleitoral tensa na Turquia, para as eleições legislativas de 7 de junho. À medida que se aproxima o dia do voto, registam-se cada vez mais episódios de violência contra alguns candidatos e multiplicam-se as detenções de ativistas políticos.
O Partido da Justiça e do Desenvolvimento, AKP, de Recep Tayyip Erdogan (islâmico e conservador) visa obter uma maioria suficiente para mudar a Constituição. O objetivo é, com uma maioria de dois terços, consolidar um sistema presidencial contra o qual se batem os partidos da oposição. Erdogan venceu nove eleições desde 2002, três parlamentares, três municipais, dois referendos e uma presidencial.
As sondagens dão vantagem à aliança governamental, que propõe Ahmet Davutoglu para o cargo de primeiro-ministro, mas uma queda acentuada em comparação com o consenso presidencial vencida por Erdogan.
O partido laico e kemalista, do burocrata Kemal Kilicdaroglu, deve confirmar-se como mais importante partido da oposição, com cerca de 28% dos votos. Eles são os protagonistas da proposta eleitoral mais ambiciosa: uma megacidade, a ser construída de raiz, em Anatólia, para se transformar no novo centro do comércio mundial, a realização de uma nova Ancara. É muito crítico em relação aos fracassos e corrupção e aposta no relançamento da economia.
A terceira força do país é o partido nacionalista do MHP, de Devlet Bahceli, que pode beneficiar com uma ligeira descida do AKP. Bahceli, defensor da unidade absoluta da nação turca, opõe-se a qualquer tipo de autonomia das minorias. Em 2011, obteve 13% dos votos.
O AKP constitui a maior aliança na política turca, pois junta conservadores e centro-direita no mesmo teto. O partido republicano do povo e o movimento nacionalista são as duas principais forças da oposição, mas o ator chave desta eleição é o HDP, o partido democrático do povo, que reúne curdos e esquerdistas.
Bora, euronews – O Partido da Democracia Popular, HDP, pró-curdo tem de conseguir atingir o limite eleitoral de 10% para entrar no parlamento; nesse caso, a maioria de 40 a 45% do AKP será à volta de 280 a 310 assentos parlamentares, e Erdogan não pode mudar a Constituição sozinho.
Se o partido de Erdogan vencer com maioria, como se espera, a Turquia fica ainda mais polarizada: menos de metade dos turcos o apoiam e o descontentamento, a nível interno no AKP acentuou-se bastante com os casos de corrupção e a _diminuição _ do exército (que deu direito a julgar oficiais, enviar uns para a prisão e outros para a reserva). Desde o tempo de Atartuk que as forças armadas eram consideradas garante da democracia.