Transparency Internacional: "FIFA deve servir de exemplo para outras federações"

Transparency Internacional: "FIFA deve servir de exemplo para outras federações"
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A euronews entrevistou Deborah Unger, do organismo Transparency Internacional, para nos ajudar a perceber melhor as implicações da demissão de Sepp

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A euronews entrevistou Deborah Unger, do organismo Transparency Internacional, para nos ajudar a perceber melhor as implicações da demissão de Sepp Blatter e o futuro da FIFA depois do escândalo de corrupção.

Mark Davis, euronews:
“Com a saída de Sepp Blatter, a FIFA enfrenta agora um vazio de poder. Como deve ser colmatado este vazio?”

Deborah Unger, Transparency Internacional:
“Não é exatamente um vazio. Blatter demitiu-se mas ainda não foi embora. Além disso, passaram o testemunho a Domenico Scala, que lidera a comissão de auditoria e deve estar à frente das reformas da FIFA. Este trabalho deve estar concluído até ao Natal, por isso tem de ser rápido.”

Mark Davis, euronews:
“Será a FIFA o primeiro de muitos dominós a cair? Haverá outras federações de outros desportos onde podem ocorrer escândalos semelhantes?”

Deborah Unger, Transparency Internacional:
“A Transparency Internacional acredita que existem outros organismos do desporto a precisar de reformas estruturais e têm existido vários escândalos ao longo dos anos: recorde-se o caso do Comité Olímpico Internacional após Salt Lake City, depois disso houve reformas. Houve caso como os do Andebol e do Halterofilismo. Mas a FIFA tem mais destaque, é uma das grandes federações e todos esperam que ocorram mudanças para as outras seguirem o exemplo. É óbvio que na FIFA há mais dinheiro envolvido e é muito mais importante para o resto do mundo. O futebol é o desporto rei.”

Mark Davis, euronews:
“Os organismos do desporto internacional, de acordo com a sua organização, são “terrenos férteis para a corrupção”. Não são Estados ou empresas. A FIFA tem mesmo um estatudo de organismo de caridade. Não tendo de prestar contas a ninguém, como pode ser forçada a seguir as regras da justiça?”

Deborah Unger, Transparency Internacional:
“Nesta altura o FBI está a forçar a FIFA a seguir as regras e as autoridades suíças também estão a investigar. Está no centro das atenções. O processo de reformas vai ser fiscalizado por nós e pelos adeptos de futebol que estão a ser envolvidos: uma sondagem mostrou que 750 mil adeptos se manifestaram contra a continuidade de Blatter e querem uma nova FIFA. Por isso acredito que os holofotes estão apontados e a transparência que exigimos vai fazer alguma diferença a partir de agora. “

Mark Davis, euronews:
“Isso pode funcionar para o futebol, que é um gigante mundial…e em relação aos desportos mais pequenos que não são alvo dessa atenção e controlo?”

Deborah Unger, Transparency Internacional:
“Tem razão, vai ser mais difícil avançar com reformas e não tenho a certeza de que podem ser feitas sem a atenção dos meios de comunicação. Os escândalos surgem e há sempre pedidos de mudança. Se a FIFA servir como um exemplo de verdadeiras mudanças, com diretores não executivos externos, com supervisão externa, pode tornar-se num modelo para os outros.”

Mark Davis, euronews:
“Se pudesse dar um conselho à FIFA este momento, qual seria?”

Deborah Unger, Transparency Internacional:
“Seria: criem uma comissão de reformas independente já! Encontrem pessoas respeitadas, fora do organismo que não estejam ligadas a escândalos no futebol e trabalhem em conjunto para garantir que as reformas são feitas e que são as certas. Deve haver transparência e toda a ajuda é bem vinda.”

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