Espionagem e vírus informático afetam 5+1 e Irão; MP suíço investiga

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De  Maria-Joao Carvalho com LUSA, AFP, HAARETZ
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O presidente norte-americano, Barack Obama, evitou hoje responder a uma questão sobre a alegada espionagem de Israel às negociações entre os EUA e

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O presidente norte-americano, Barack Obama, evitou hoje responder a uma questão sobre a alegada espionagem de Israel às negociações entre os EUA e outras potências com o Irão sobre o programa nuclear iraniano, já negada pelo executivo israelita.

O diário The Wall Street Journal noticiou hoje que o governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, montou uma operação de espionagem para conhecer as negociações realizadas entre o designado Grupo dos 5, que junta os membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (China, EUA, Federação Russa, França e Reino Unido), mais a Alemanha, ao Irão.

Obama não confirmou nem desmentiu a informação, que cita dirigentes e ex-dirigentes do seu governo, mas recordou que o seu Executivo “tem informado os israelitas” e outros aliados sobre “os avanços e falta de eles” no processo de negociações, que começou há mais de dois anos e se encontra na sua reta final.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Avigdor Lieberman, negou hoje te espiado as negociações entre o Irão e o Grupo 5+1 e classificou a informação divulgada pelo diário nova-iorquino como “incorreta e inexata”.

Lieberman disse que, “obviamente, Israel tem interesses diferentes de segurança (dos EUA) e tem um bom serviço de informações”, mas insistiu que o seu país “não se dedica à espionagem dos EUA”.

As negociações do Grupo 5+1 com o Irão abriram nos últimos meses uma distância significativa nas relações estreitas entre Israel e EUA.

Israel opõe-se terminantemente ao acordo que as potências mundiais estão a negociar com o Irão para travar o desenv9olvimento do seu acordo nuclear, que Netanyahu já qualificou “muito mau”.

O Irão e o Grupo 5+1 preveem voltar a reunir-se na Suíça esta semana, na que se prevê que venha a ser a última ronda de negociações para alcançar um acordo antes de finais do mês, com a consideração de que os aspetos técnicos podem resolver-se mais adiante, mas antes de junho.

O Ministério Público da Suíça abriu, em maio, uma investigação por suspeita de espionagem informática nos hotéis onde se desenrolaram as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

Três dos hotéis onde se desenrolaram as conversações foram infetados por um vírus informático.

Desde novembro de 2013, os países do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) e o Irão reuniram-se várias vezes na Suíça para tentar fechar um acordo que garanta o caráter pacífico do programa nuclear em troca do levantamento das sanções ocidentais contra Teerão.

Uma fonte oficial, em Viena, anunciou que a Áustria também investiga uma possível espionagem, e a propagação de vírus informático, durante as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

Os investigadores revelaram também, na quarta-feira, a utilização de um vírus informático para espionar estas negociações.

A empresa russa de segurança informática Kaspersky Lab indicou ter descoberto este vírus denominado Duqu na própria rede interna, e considerou que tinha sido utilizado para espionar as negociações sobre o Irão, em 2014 e 2015.

“Muitas das novas infeções em 2014/2015 estão vinculadas às reuniões dos países do grupo 5+1 sobre as negociações com o Irão”, explicou um responsável da mesma empresa.

O Duqu, que acreditava-se que estava erradicado desde 2012, é um sofisticado programa de espionagem similar ao vírus Stuxnet.

Os especialistas da Kaspersky explicaram que é muito difícil descobrir a nova versão do vírus, pois não muda nenhum ajuste dos computadores ou das redes informáticas que ataca.

A empresa russa encontrou primeiro o vírus nos computadores, antes de identificar outras vítimas nos países ocidentais, Médio Oriente e Ásia.

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