Ligny reconstitui último triunfo de Napoleão antes de Waterloo

Ligny reconstitui último triunfo de Napoleão antes de Waterloo
De  Francisco Marques  com Audrey Tilve

A derrota do antigo imperador de França faz parte estes dias 200 anos. Na Bélgica, as comemorações já começaram, mas o ponto alto está marcado para o próximo fim de semana

Ligny, por si só diz pouco, mas este é o nome da pequena vila no centro da Bélgica, na comuna de Sombreffe, às portas da qual Napoleão Bonaparte conquistou a sua última vitória antes da histórica derrota, dois dias depois, em Waterloo

20 mil homens caíram. Uns mortos, outros apenas feridos. A batalha prolongou-se por seis horas, o que significa um soldado a cair a cada segundo. Napoleão fez recuar três batalhões, mas não os venceu. Os prussianos não foram derrotados

Por ocasião do bicentenário destes dois episódios marcantes da história europeia e no dia em que Napoleão chegava a Beaumont, mais de 1500 apaixonados pela história, incluindo 80 cavaleiros, reconstituiram este domingo, numa área de 10 hectares, esse último triunfo de Napoleão, que ficou marcado na história a 16 de junho de 1815.


“Quando Napoleão chegou à chegada, faziam já 3 meses que tentava reconquistar o seu império. Ele avançava contra os inimigos ingleses, holandeses e prussianos. O objetivo era derrota-los em separado. Em Ligny, Napoleão enfrentou os prussianos e obrigou-os a a bater em retirada”, conta-nos Audrey Tilve, a nossa enviada especial a esta emblemática reconstituição do último triunfo do antigo imperador francês.

Em exclusivo para a euronews, o historiador da Associação Belga Napoliana Patrick Maes lembrou que “20 mil homens caíram” nos campos de Ligny. “Uns mortos, outros apenas feridos. A batalha prolongou-se por seis horas, o que significa um soldado a cair a cada segundo. Napoleão fez recuar três batalhões, mas não os venceu. Os prussianos não foram derrotados”, sublinhou Maes.


A verdade é que dois dias depois, a 18 de junho, esses mesmos prussianos lutar ao lado dos ingleses e dos holnades, conseguindo vingar-se do imperador francês em Waterloo.

A reconstituição da Batalha de Ligny não estaria completa se não houve, claro, um “Napoleão Bonaparte”. Uma vez mais, e num ritual já com cerca de uma década, coube ao advogado parisiense Frank Samson, de 47 anos, envergar o emblemático chapéu bicórnio inseparável da imagem de Napoleão — no final do ano passado, um dos 19 bicórnios existentes entre os cerca de 120 que pertenceram de facto ao imperador foi arrematado em leilão por 1,9 milhões de euros.

Chapéu de Napoleão é vendido por 1,8 milhão de…par Veja


“É o prazer de poder viver a história e de fazer a história ser revivida uma vez mais, isto é, celebrar estes acontecimento”, referiu Frank Samson sobre mais um dia passado no “campo de batalha” de Ligny: “Hoje em dia, somos todos amigos, já não nos massacramos uns aos outros e esta é uma boa forma de evocar estes capítulos da história.”

No próximo fim de semana , será vez de Waterloo voltar a ser um campo de batalha. Mais de cinco mil pessoas vão reconstituir a história derrota de Napoleão Bonaparte.

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