O governo venezuelano libertou 71 presos políticos detidos após os protestos que se seguiram às eleições de 2024. Embora a libertação tenha sido saudada como um gesto positivo, as organizações da sociedade civil e os familiares denunciam que continua a ser insuficiente.
O governo venezuelano libertou na quinta-feira 71 presos políticos, detidos após os protestos que se seguiram às eleições presidenciais de 2024. A informação foi confirmada pelo Comité de Mães em Defesa da Verdade, que detalhou que entre os libertados estão 65 homens, três mulheres e três adolescentes.
"Essa notícia transborda os nossos corações de alegria e enche-nos de esperança. Mostra-nos que a luta sempre compensa e compromete-nos a continuar sem descanso até trazermos de volta todos os que ainda estão desaparecidos", disse o grupo numa mensagem publicada na sua conta do Instagram.
No entanto, a organização sublinhou que a medida não é suficiente. "É uma conquista importante, mas insuficiente, por isso exigimos a liberdade total para todos através de uma amnistia geral (...) A injustiça continua a afetar centenas de famílias em todo o país", acrescentou.
Esta é a maior libertação de presos políticos dos últimos meses e surge num contexto de crescente tensão entre Caracas e Washington, coincidindo com o endurecimento do discurso do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação ao governo venezuelano.
O governo de Nicolás Maduro está sob pressão internacional há algum tempo por causa da situação dos direitos humanos no país. Organizações não governamentais têm denunciado detenções arbitrárias, processos judiciais irregulares e casos de detenção em regime de incomunicabilidade, o que tem provocado repetidas críticas de grupos internacionais.
Embora tenham saudado a libertação como um passo positivo, a oposição e as organizações civis insistiram que centenas de pessoas continuam detidas por razões políticas e apelaram para avanços mais amplos para garantir as liberdades civis e o respeito pelos direitos fundamentais na Venezuela.