Atenas afirma estar pronta a implementar as reformas exigidas pela União, depois de ter apresentado um novo pedido de empréstimo ao fundo de resgate
Atenas afirma estar pronta a implementar as reformas exigidas pela União, depois de ter apresentado um novo pedido de empréstimo ao fundo de resgate da zona euro.
O documento, entregue ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) esta tarde, prevê um empréstimo de três anos, em troca de reformas ao nível fiscal e das pensões.
Um pedido que parece acalmar a tensão entre Bruxelas e Atenas, após a vitória do Não ao referendo e o discurso, duro mas reconciliador de Alexis Tsipras, esta quarta-feira, no parlamento europeu.
“Se um governo soberano não tem o direito de escolher medidas equivalentes para atingir os mesmos objetivos, então temos que adotar uma ideologia anti-democrática e dizer a estes países sob assistência que não podem realizar eleições, e que os governos serão nomeados, com tecnocratas que vão ser responsáveis pelas decisões”.
Durante o discurso, o primeiro-ministro justificou a posição do governo como de defesa, face a medidas da Troika, segundo ele, socialmente injustas.
Tsipras reconheceu também a importância de implementar reformas.
“Têm razão quando falam de algumas irregularidades do passado que têm que ser removidas, como, por exemplo, as reformas antecipadas, e nós fomos os primeiros a tomar a iniciativa de remover esta medida sem que ninguém nos mandasse fazê-lo”.
Tsipras terminou o discurso, lembrando que, “o problema atual não é apenas um país mas toda a Europa”. E recordou ao líder da bancada do Partido Popular Europeu, o alemão Manfred Weber, o episódio do perdão da dívida da Alemanha após a segunda guerra mundial.
“Quero lembrar-lhe que o momento mais forte de solidariedade da história recente foi em 1953 quando o seu país se encontrava endividado e pilhado após duas guerras mundiais e a Europa mostrou a sua grande solidariedade com o acordo de Londres em 1953. E decidiram perdoar 60% da dívida alemã e financiar um plano de crescimento. Foi um dos grandes momentos de solidariedade na história recente da Europa”, rematou o primeiro-ministro.
Palavras com que Atenas volta a afirmar que quer permanecer na zona euro. A decisão final vai caber aos ministros da zona euro e aos líderes europeus no fim de semana. Até lá Atenas tem que detalhar reformas até quinta e convencer os membros da Troika, na sexta.