Liga Portuguesa, J1: Benfica goleia Estoril e ultrapassa FC Porto e Sporting nos golos

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De  Francisco Marques
Liga Portuguesa, J1: Benfica goleia Estoril e ultrapassa FC Porto e Sporting nos golos

O campeonato português 2015/16 arrancou em Aveiro, "casa" emprestada ao Tondela na receção (1-2) aos "leões". Os "dragões" venceram (3-0) sábado o Guimarães e os bicampeões golearam (4-0) domingo os "canarinhos"

Começou a Liga 2015/16 e o Benfica estreou-se… “à bicampeão”. Depois de uma pré-época para esquecer e da derrota para o Sporting na Supertaça, as “águias” estrearam-se no campeonato a receber os vizinhos do Estoril. Durante 74 minutos, o nulo e a incerteza imperaram, com Júlio César, o guarda-redes “encarnado”, a cotar-se estranhamente como uma das figuras do encontro.


O jogo era de alta pressão para o Benfica. Os adeptos andavam descontentes e o treinador já tinha até uma página de internet criada para contabilizar o tempo que ia demorar até ser despedido. Rui Vitória mudou um pouco a equipa face à que apresentou na Supertaça, mas mantendo o 4×4×2 habitual na Luz.


Luisão e Eliseu foram chamados ao “11”, Pizzi e Mitroglou também foram aposta, com Talisca, Jardel e Samaris a sentar-se no banco e Silvio a mudar-se para a bancada. A equipa apresentou-se mais dinâmica, mas esbarrou num Estoril bem fechado, a dar pouco espaço.

Aos 11 minutos, num contra ataque, Bonatini foi tocado pelas costas por Luisão e caiu dentro da área do Benfica. O árbitro Tiago Martins nada assinalou. Os encarnados melhoraram, mas os passes errados acumulavam-se. Aos 41 minutos, Gaitan amorteceu, Luisão atirou à barra. Sobre o intervalo, Júlio Cesar em grande, defende remate de Bonatini e Sebá recargou sem pontaria. O público estava descontente e, ao intervalo, ouviram-se assobios na Luz.

A segunda parte com nova perdida dos “canarinhos” e Júlio César a brilhar… sem querer. Bonatini cruzou, Sebá em excelente posição atira e a bola vai à figura do guarda-redes brasileiro.

Aos 60 minutos, Rui Vitória tirou Pizzi e Ola John para fazer entrar Talisca e Victor Andrade. Fabiano Soares responde, aos 71, com Bruno César e Matheus nos lugares de Gerso Fernandes e Anderson Luis. Mas é traído na estratégia logo depois.



Jogada pela esquerda do Benfica, Eliseu lança Gaitán e o argentino cruza à medida da cabeça de Mitrogolou. O grego abre o marcador com um excelente golo à ponta de lança. Aos 78 minutos, Talisca remata de longe contra o corpo de Matheus, dentro da área, a bola ressalta e toca nos braços do brasileiro do Estoril. O árbitro não hesitou: penálti!

Chamado a marcar, Jonas não perdoou. O Estoril sentiu o golo, o Benfica cresceu. Aos 81 minutos, cruzamento de Victor Andrade e bis de Jonas, com a cabeça. Sobre os 90 minutos, grande movimento coletivo, assistência deliciosa de Gaitán e golo do “menino” revelação de Rui Vitória, Nélson Semedo, o novo lateral direito do Benfica.



Depois de 73 minutos de tremedeira, com Júlio César em destaque, em 15 minutos as “águias desenharam um jogo que vale para já a liderança da Liga, na diferença de golos para os adversários. Esta época, na luz, “vitória” já deixou de ser só apelido do treinador ou nome de águia e até acompanha com “goleada”. O site da contagem dos dias até ao despedimento do treinador mudou, o endereço é o mesmo , mas agora conta o tempo até o Benfica se sagrar tricampeão.



Ficha de jogo

Estádio da Luz, Lisboa (53.285 espetadores)
Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)

Benfica:Júlio César; Nélson Semedo, Luisão, Lisandro Lopez (A) e Eliseu; Ola John (Victor Andrade, 61'), Fejsa, Pizzi (Talisca, 61') e Gaitán; Mitroglou (Gonçalo Guedes, 84')e Jonas.
Treinador: Rui Vitória.

Estoril: Pawel Kieszek; Anderson Luís (A, Mattheus, 72', A), Diego Carlos, Yohan Tavares e Mano; Afonso Taira (A); Sebá (A), Chaparro (Nillal, 81'), Babanco e Gerso Fernandes (A, Bruno César, 71', A); Léo Bonatini.
Treinador: Fabiano Soares

Golos: Mitroglou (74'), Jonas (78' gp e 81') e Nélson Semedo (89').


Aboubakar faz esquecer Jackson no Dragão


O FC Porto entrou no campeonato determinado a conseguir melhor que o segundo lugar da época passada. Perante a visita de um ainda confuso vitória de Guimarães, os portistas contaram com a eficácia do camaronês Aboubakar, agora o “9” da equipa e a fazer esquecer a perda do melhor marcador das últimas temporadas: Jackson Martinez, transferido para o Atlético Madrid, por 35 milhões de euros.



Abrilhantado pelas estreias do espanhol Iker Casillas e do uruguaio Maxi Pereira, o jogo opunha duas das melhores equipas do campeonato passado e prometia, mas acabou por se definir bem cedo para um dos lados. Logo aos 8 minutos, Aboubakar, a passe de Alex Sandro, abriu o marcador, beneficiando de um desvio em João Afonso.



O Guimarães baseou o “11” na equipa da última época, mas os “dragões”, embora mais renovados, revelaram melhor entendimento e mais rotinas de jogo. Imbula, o jogador mais caro do futebol português, estreou-se em grande nível. Casillas foi um espetador privilegiado na primeira parte. Após o descanso, os vimaranenses esboçaram uma reação, mas não passaram disso.




Aos 61 minutos, Aboubakar bisou a passe de Maxi Pereira e festejou o golo com um abraço a Julen Lopetegui. O dilatar da vantagem permitiu ao FC Porto passar a gerir o jogo, sem que os visitantes encontrassem forma de chegar junto de Casillas. Aos 84 minutos, Varela sentenciou a partida e reforçou a liderança provisória dos “dragões”, na diferença de golos.




Ficha de jogo

Estádio do Dragão, Porto (48.509 espetadores)
Árbitro: Fábio Veríssimo (Leiria)

FC Porto: Iker Casillas; Maxi Pereira (A), Maicon, Marcano e Alex Sandro; Danilo, Imbula (Evandro, 64') e Herrera (André André, 53', A); Tello, Aboubakar e Varela.
Treinador: Julen Lopetegui.

V. Guimarães: Douglas; Pedro Correira, João Afonso, Josué e Luis Rocha (A); Cafu, Bouba (A) e Tozé (Montoya, 77'); Alex (Vigário, 87'), Henrique (Valente, 68')e Tomané (A).
Treinador: Armando Evangelista

Golos: Aboubakar (08' e 61') e Varela (84')



Jorge Jesus estreia-se a ganhar de “leão” ao peito


O Sporting, confesso candidato ao título, também entrou a vencer. Os “leões” visitaram o estreante Tondela e venceram, por 2-1, com o golo decisivo a ser apontado de penálti, já nos descontos, por Adrien Silva. O jogo de abertura desta temporada, disputado sexta-feira, marcou também a estreia no campeonato do treinador bicampeão pelo Benfica, Jorge Jesus, agora no comando da equipa de Alvalade.

Os lisboetas repetiram, curiosamente, o “11” da Supertaça e, mais uma vez, o reforço colombiano Teófilo Gutiérrez confirmou ser ainda um “estranho” à equipa e continuar certamente longe da melhor forma física: sem capacidade de explosão, sem “química” com Slimani e a refugiar-se demasiado nos flancos, deixando o argelino isolado na luta com os defesas rivais no coração da área.

O Tondela reagiu bem ao golo sofrido e entrou na segunda parte a pressionar o Sporting, retirando espaço de manobra a João Mário e criando espaço de manobra junto ao último reduto “leonino”. O Sporting voltou a apresentar uma forte dinâmica nos primeiros 45 minutos, tivesse tido uma frente de ataque mais inspirada e teria ido para o intervalo com uma vantagem bem mais confortável do que a conseguida com o golo solitário de João Mário, conseguido a meias com o defesa adversário Kaká.

O Tondela estreou-se esta noite na Liga NOS frente ao Sporting e além da grande imagem que a equipa deixou em campo...

Posted by Clube Desportivo de Tondela on Sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O empate surgiu após uma falta que o árbitro parece ter visto ao contrário, sancionando Naldo, que pareceu ser o jogador derrubado. No seguimento do lance, Luís Alberto marca com recurso ao braço e beneficiando de aparente posição irregular.

Jorge Jesus demorou a reagir. Vítor Paneira acreditou e puxou pelo Tondela, que chegou a assustar Rui Patrício. Carlos Mané, aos 69 minutos (por Ruiz), e Freddy Montero, aos 74 (por Teo Gutiérrez), surgiram no relvado, mas para enfrentar um rival bem fechado e, agora, confiante numa estreia positiva no primeiro escalão do futebol português.

O Sporting carrilava mais pela esquerda, mas Jefferson insistia em cruzar contra o adversário direto ou para longe de Slimani. Sobre os 90 minutos, “JJ” trocou João Mário por Gelson Martins e o “miúdo”, irreverente, mexeu com o jogo. De tal modo que, a segundos do fim dos 5 minutos de descontos concedidos, foi derrubado por Murillo dentro da área.

Penálti, num lance que havia começado num lançamento lateral de João Pereira com os pés dentro das quatro linhas, mas que o auxiliar não sancionou. Adrien enganou o guarda-redes inglês Matt Jones e garantiu os primeiros 3 pontos do Sporting na Liga 2015/16.

Ficha de jogo

Estádio Municipal de Aveiro (22.000 espetadores)
Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)

Tondela: Matt Jones; Edu Machado, Bruno Nascimento, Kaká e Luís Tinoco (Nuno Santos, 82'); Luís Alberto (A), Lucas Souza e Hélder Tavares (Bruno Monteiro, 72'); Luís Machado (R. Guzzo, 89', A), Nathan Jr. e Murillo.
Treinador: Vitor Paneira.

Sporting: Rui Patrício; João Pereira, Naldo, Paulo Oliveira e Jefferson; Carrillo, Adrien Silva (A), João Mário (Gelson, 89') e Bryan Ruiz (Carlos Mané, 69'); Teo Gutiérrez (Montero, 74') e Slimani.
Treinador: Jorge Jesus

Golos: Luis Alberto (58'); João Mário (15') e Adrien Silva (90+8 gp)



Seis golos animam Restelo


Belenenses e Rio Ave protagonizaram o primeiro grande jogo da nova temporada do futebol português. Com uma armada 100 por cento portuguesa, a equipa de Ricardo Sá Pinto é caso único no presente campeonato e prepara-se para começar a discutir quinta-feira com os austríacos do Altach, os carrascos do Guimarães na prova, por um lugar na fase de grupos da próxima edição da Liga Europa.

Na estreia na Liga portuguesa, os “azuis” receberam os vila-condenses e até começaram a perder, com um golo de Renan, mas deram a volta. Gonçalo Brandão empatou à beira do intervalo. Na segunda parte, Rúben Pinto confirmou a reviravolta e Carlos Martins deu folga à vantagem do Belenenses. Para os últimos 15 minutos Pedro Martins lançou o ex-leão Heldon e Guedes. Foi feliz. Um auto-golo de Gonçalo Brandão relançou o jogo e, aos 82 minutos, Guedes restabeleceu o empate e ditou a divisão de pontos, num jogo com seis golos.


Em Braga, o Nacional saiu na frente, mas os “guerreiros” de Paulo Fonseca deram a volta ao marcador e venceram, por 2-1. Não muito longe, em Moreira de Cónegos, o Arouca surpreendeu, ganhou e também ultrapassou o Sporting. O União Madeira assinalou o regresso à primeira Liga com um triunfo em casa (2-1), no dérbi com o Marítimo. Setúbal e Boavista dividiram pontos no Bonfim (2-2) e, no jogo que encerrou aesta jornada inaugural, o Paços de Ferreira levou de vencida (1-0) a Académica.

Melhores marcadores:

2 golos: Aboubakar (FC Porto) e Jonas (Benfica);
1 golo: Luís Alberto (Tondela), João Mário e Adrien Silva (Sporting), Carlos Martins, Gonçalo Brtandão e Rúben Pinto (Belenenses), Renan Bressan e Hélder guedes (Rio Ave), Maurides (Arouca), Nuno coelho (Arouca), Mitroglou e Nélson Semedo (Benfica), Afonso Figueiredo e Luisinho (Boavista), Dyego Sousa (Marítimo), Francisco Soares (Nacional), Joan Román e Pedro Santos (Sp. Braga), Breitner e Élio Martins (Un. Madeira), André Claro e Ruca (V. Setúbal), e Roniel (P. Ferreira).

Jornada 01


Tondela — Sporting, 1-2
Belenenses — Rio Ave, 3-3
FC Porto — V. Guimarães, 3-0
V. Setúbal — Boavista, 2-2
Un. Madeira — Marítimo, 2-1
Moreirense — Arouca, 0-2
Sp. Braga — Nacional, 2-1
Benfica — Estoril, 4-0
P. Ferreira – Académica, 1-0


Jornada 02


Rio Ave — Sp. Braga (sexta-feira, 21/08)
Sporting — P. Ferreira (sábado, 22/08)
Marítimo — FC Porto
Boavista — Tondela (domingo, 23/08)
Estoril — Moreirense
Nacional — Un. Madeira
V. Guimarães — Belenenses
Arouca — Benfica
Académica — V. Setúbal (segunda-feira, 24/08)