A onda de migração atingiu, fortemente, a Europa nos últimos meses. A capital alemã é uma das cidades com maior fluxo de migrantes. Berlim recebeu
A onda de migração atingiu, fortemente, a Europa nos últimos meses.
A capital alemã é uma das cidades com maior fluxo de migrantes. Berlim recebeu, desde o início do ano, mais de 35 mil pedidos de asilo.
A maioria chega à cidade sem documentos, doente e sem falar alemão ou inglês.
Famílias inteiras permanecem amontoadas num campo de apoio, improvisado num dos bairros da cidade.
As organizações sociais criticam a maneira como a autarquia está a lidar com a situação e tentam prestar serviços básicos.
“Trabalho com crianças porque sou educadora de infância e é aí que posso ajudar. Vamos ver as famílias e dizemos aos pais que existe esta possibilidade, de seguida, as mães vêm ver e algumas deixam aqui as crianças”, conta esta voluntária alemã.
As organizações não-governamentais da região colocaram em marcha um programa de distribuição de roupa, comida e cuidados de saúde, assegurados por médicos e enfermeiros voluntários.
Dinah Laubisch, médica voluntária, conta que “tratamos tudo mas podemos estimar que 97 por cento das maleitas são sequência da migração. Tratamos pés machucados, bolhas, fungos e feridas que infetaram. Tratamos muitas infeções e constipações, dores de garganta e crianças com febre alta. Tratamos crianças e adultos com vermes. É bastante frequente.”
A Alemanha espera receber, em 2015, mais de 800 mil pedidos de asilo, quatro vezes mais do que os registados no ano de 2014.
Os migrantes pedem asilo pois torna-se assim mais fácil arranjar documentos que lhes permita recomeçar a vida no país. Torna-se, assim, difícil às autoridades germânicas perceber se são pessoas que chegam ao país em busca de uma oportunidade de trabalho ou, se de facto são refugiados e estão a fugir da guerra, como é o caso desta família síria.“Chegámos com traficantes. Sofremos muito. Demoramos um mês e um dia a chegar aqui. Ainda não temos os papéis. Estamos aqui há dois, três dias. Esperamos conseguir os papéis amanhã. Perdemos toda a família por causa de bombardeamentos perpetrados pelo regime”, afirma o homem.
A mulher conta que “apenas a nossa pequena família sobreviveu.”
São muitas as famílias que dormem nos parques de Berlim, à espera de conseguir a documentação necessária que lhes permita permanecer na Alemanha.
Os voluntários afirmam que não podem oferecer hospedagem pois pode ser considerado “sequestro”.
A descoordenação entre as organizações sociais e as autoridades torna-se, cada vez, mais evidente…