Hungria: As contas da crise migratória

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De  Ricardo Figueira  com Andrea Hajagos/Budapeste
Hungria: As contas da crise migratória

A crise migratória está a custar centenas de milhões de euros aos cofres da Hungria.

Em dez dias, o governo húngaro pôs tanto dinheiro nos bolsos dos passadores ilegais quanto o que gastou, no ano passado, com os refugiados.

O país teve a posição mais dura entre todos os membros da União Europeia face à entrada massiva de migrantes e refugiados, ao construir barreiras na fronteira e ao dificultar o embarque nos comboios para outros Estados-membros. Na capital, Budapeste, foram criadas zonas de trânsito.

“Em dez dias, o governo húngaro pôs tanto dinheiro nos bolsos dos passadores ilegais quanto o que gastou, no ano passado, com os refugiados. Não sei quem beneficia com isto, mas seria bom que essa política acabasse”, conta Zsuzsanna Zsohár, porta-voz da ONGMigration Aid.

Segundo esta organização, as políticas do governo de Viktor Orbán só fazem dar oportunidades aos passadores ilegais. Entretanto, a Hungria autorizou a partida de vários combóios em direção à Áustria.

“Não escolhemos ter esta responsabilidade, mas é uma obrigação de todos os Estados da União Europeia, em especial daqueles que guardam as fronteiras da Zona Schengen. Apontam o dedo à Hungria por fazer algo que não só é importante para proteger as fronteiras do país, como as fronteiras da União Europeia.”, diz Zoltán Kovács, porta-voz do governo húngaro.

É difícil fazer uma estimativa dos custos totais. A crise terá custado pelo menos 270 milhões de euros, sendo que só 32 milhões foram gastos com a cerca na fronteira. O grosso do dinheiro, pelo menos 105 milhões de euros, foi gasto com o reforço da polícia e dos guardas fronteiriços.