Ativista ambiental "proibida" na Rússia refugia-se em França

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Nadezha Kutepova afirma ser vítima da “pior vaga de perseguição nos últimos 15 na Rússia”. A ativista ambiental, à frente de uma pequena ONG de

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Nadezha Kutepova afirma ser vítima da “pior vaga de perseguição nos últimos 15 na Rússia”.

A ativista ambiental, à frente de uma pequena ONG de denúncia da contaminação radioativa na região dos Urais do sul, foi obrigada a abandonar o país há alguns meses, depois de ter sido considerada uma “agente estrangeira” pelas autoridades russas.

A organização fundada pela ativista – Planeta Nadezh – e entretanto liquidada, dedica-se a denunciar as consequências de um dos mais graves e mais secretos incidentes nucleares russos, ocorrido em 1957, na central de Mayak, na cidade de Ozersk.

Nadezha Kutepova

A explosão num reservatório subterrâneo tinha contaminado mais de 23 mil quilómetros quadrados de terrenos, obrigando à evacuação de 23 aldeias na região.

A ativista ambiental tinha dedicado as últimas décadas a exigir que as autoridades russas reconheçam as consequências do acidente e compensem as centenas de vítimas.

Segundo Kutepova, cinco aldeias permanecem instaladas na região, onde as autoridades rejeitam reconhecer a contaminação que persiste na área.

Um combate, em nome da ecologia, que as autoridades russas consideram agora como uma “atividade política”.

Atualmente refugiada em França, a ativista incorre numa pena de até 300 mil rublos de multa, à luz da lei, aprovada há 3 anos pelo Kremlin, que obriga as organizações financiadas por países terceiros a se registarem como “agentes estrangeiros”.

Entre os vários doadores da organização da ativista – Planeta Nadezhd – encontra-se o fundo do governo norte-americano, “American National Endowment for Democracy”, com uma contribuição anual de 37.500 euros.

Nadezha Kutepova

Kutepova afirma ter decidido fugir do país depois de ter sido acusada de espionagem pelos meios de comunicação local, e depois das autoridades terem reforçado a lei contra as ONG’s estrangeiras, em Maio, prevendo a possibilidade de encerrar associações que, “ameacem a ordem constitucional ou a segurança do estado”.

Entrevistada pela euronews, Kutepova afirma ter abandonado a Rússia, sem avisar ninguém, “limitei-me a escapar”, afirma.

Sem possibilidades de regressar ao país, onde teme ser perseguida pela justiça, a militante ecologista pensa para já permanecer em França, provavelmente com o estatuto de refugiada, quando o seu visto de residência expira em setembro.

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