Papa critica na ONU ambições de poder e lucro, a guerra e a exclusão

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De  Nelson Pereira
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O papa pediu esta sexta-feira aos dirigentes mundiais um compromisso urgente no combate às causas das alterações climáticas e à exclusão dos mais

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O papa pediu esta sexta-feira aos dirigentes mundiais um compromisso urgente no combate às causas das alterações climáticas e à exclusão dos mais desprotegidos.

No discurso proferido na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o papa Francisco apelou ao empenho urgente dos chefes de Estado e de Governo para colocar em prática as diretrizes da carta da ONU, especialmente aquelas que estão relacionadas com as alterações climáticas e com a meta comum de eliminar a pobreza extrema.

Todos os seres humanos têm direito a uma casa, trabalho e terra, disse o papa argentino, sublinhando que as mulheres como os homens têm direito à educação.

Recordando a situação dramática das minorias religiosas e étnicas, Jorge Maria Bergoglio fricou que a guerra é a negação de todos os direitos:

“A guerra é a negação de todos os direitos e um atentado dramático contra o meio ambiente. Se procuramos um desenvolvimento humano autêntico e integral para todos, temos que nos empenhar sem descanso para evitar a guerra entre as nações e entre os povos.”

O papa falou a cerca de 150 chefes de Estado e de Governo antes da abertura da Assembleia Geral da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, reforçando a importância das metas da Agenda 2030.

A Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, agora chamada Agenda 2030, foi concluída em agosto de 2015. É composta por um documento com 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas correspondentes, resultado de consenso obtido pelos delegados dos Estados-Membros da ONU.

O papa Francisco reiterou no seu discurso a linha que tem defendido quanto à urgência do combate às desigualdades, criticando as ambições de poder e lucro. Desde que assumiu o cargo, Jorge Maria Bergoglio tem colocado em relevo a doutrina social da Igreja, que critica a acumulação de riquezas e defende a atenção e o cuidado para com os mais vulneráveis e desprotegidos.

Considerado marxista ou comunista por alguns analistas e pela imprensa americana mais conservadora, o papa argentino é apreciado pelos meios de comunicação mais progressistas, nos Estados Unidos, que elogiam a exigência moral das suas críticas ao capitalismo.

Além da sublinhar as responsabilidades dos Estados no combate às desigualdades, o pontífice romano tem insistido, desde o início desta sua viagem aos Estados Unidos, na urgência de reunir esforços para combater os efeitos das mudanças climáticas.

Francisco falou deste assunto quando foi recebido pelo presidente norte-americano, Barack Obama, salientando que se trata de “uma urgência mundial” e que as medidas de combate às causas das alterações climáticas não podem ser adiadas e deixadas para as próximas gerações. No discurso de quinta-feira no Congresso, o papa pediu aos parlamentares que dêem prioridade a esta questão.

Depois da visita às Nações Unidas, o papa dirige-se, por volta das 11h30 locais, ao Memorial e Museu do Word Trade Center, participando numa celebração ecuménica no chamado Ground Zero, o local onde ficavam as torres gêmeas que foram desruídas pelos atentados de 11 de Setembro e onde foi construído um memorial em homenagem às vítimas.

No período da tarde, Francisco visita uma escola de educação infantil localizada em na região de East Harlem, em Manhattan, a Our Lady Queen of Angels Schools. A maioria das crianças da escola é formada por negras e latinas, muitas de famílias de imigrantes.

Em seguida, participa numa procissão no Central Park e encerra a programação do dia com a celebração de uma missa no Madison Square Garden.

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