Enviado da euronews comenta discurso de Hollande

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De  Euronews
Enviado da euronews comenta discurso de Hollande

Laurence Alexandrowicz, euronews: Fabien Farge, enviado especial a Paris, seguiste o discurso de François Hollande perante o Congresso em Versalhes, três dias depois da tragédia. O Presidente correspondeu às expectativas dos deputados e dos franceses?

Fabien Farge, euronews: Como acontece sempre que um Presidente da República se exprime, há reações diferentes, de acordo com os vários quadrantes políticos. A esquerda saúda um discurso de resposta firme, com várias medidas, nomeadamente a criação de postos na polícia, na justiça e nas alfândegas. Medidas que vão ser desenvolvidas, como o famoso prolongamento do estado de emergência por três meses, que o parlamento vai discutir e aprovar até ao fim desta semana.

Já quanto às reações comedidas, diria mesmo dececionadas da direita, por exemplo do deputado Hervé Mariton, que se disse desapontado plo que chama “frentes internas”. Por exemplo, apontou o dedo ao presidente por não ter usado a palavra “islamismo”.

Laurence Alexandrowicz, euronews: Fabien, qual é o ponto mais importante a reter deste discurso? Falavas há pouco de unidade. A unidade nacional não foi propriamente conseguida, já que há vozes que se elevam à direita…

Fabien Farge, euronews: Essa unidade nacional está, de alguma forma, a criar fissuras. No discurso do chefe de Estado, há a reter a criação de postos de trabalho, que vai necessitar de um esforço financeiro importante. Hollande disse-o de uma forma muito simples: o pacto de segurança em França é mais importante que o Pacto de Estabilidade e Crescimento, na Europa. É um programa que, tendo em conta as circunstâncias atuais, obriga a um esforço financeiro importante.

Retemos também o projeto de rever a Constituição, com intenção de rever o estado de emergência e criar um arsenal jurídico reforçado. Há várias leis que vão ser votadas em França ao longo das próximas semanas.