Os extremistas islâmicos do Daesh sofreram uma série de derrotas nos últimos meses. Dois exemplos: a cidade de Sinjar, no Iraque, foi reconquistada
Os extremistas islâmicos do Daesh sofreram uma série de derrotas nos últimos meses. Dois exemplos: a cidade de Sinjar, no Iraque, foi reconquistada pelos combatentes curdos com a ajuda da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos. Na Síria, a aliança dos combatentes curdos e sírios, com o apoio da aviação norte-americana, reconquistou uma barragem no rio Eufrates, um ponto estratégico perto de Raqqa, a autoproclamada capital do Daesh na Síria.
Será por essa razão que o autoproclamado califa do Estado Islâmico rompeu o silêncio que mantinha há sete meses?
Numa mensagem áudio, divulgada a 26 de dezembro, Al-Baghdadi afirmou: “O nosso Estado está bem. Quanto mais intensa for a guerra, mais ela é pura e exigente”.
No entanto, a situação no terreno parece contradizer as declarações do líder extremista.
“As derrotas sofridas pelo Estado islâmico levaram Al-Baghdadi a fazer aquela declaração para dar ânimo e pedir paciência aos combatentes”, sublinhou Husham al-Hashimi, especialista em questões de segurança relacionadas com os grupos extremistas.
A organização islâmica ocupa um território onde vivem oito milhões de pessoas e continua a fazer demonstrações de força no terreno com base na propaganda e em ameaças.
“Os Estados Unidos, a Rússia, Israel e a Europa podem esperar. Nós também esperamos e estamos prontos”, declarou al-Baghdadi, na gravação áudio publicada a 26 de dezembro.
“Al-Baghdadi não disse nada de novo mas pela primeira vez ameaçou Israel”, acrescentou Husham al-Hashimi.
Apesar da série de derrotas no terreno, é prematuro declarar o colapso do Daesh. O grupo extremista tem perdido posições mas continua a recrutar combatentes em nome da fé muçulmana.