Crise migratória: Atenas diz que "isolar a Grécia não é construtivo"

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De  Rodrigo Barbosa  com AFP / Reuters
Crise migratória: Atenas diz que "isolar a Grécia não é construtivo"

Atenas diz que “tentar isolar a Grécia não é construtivo”, depois da Comissão Europeia acusar as autoridades helénicas de “negligenciarem seriamente as obrigações” na gestão das fronteiras face à crise migratória.

Apesar da agência europeia Frontex ter assinalado melhorias no processo de registo de migrantes na ilha grega de Lesbos em janeiro, o executivo europeu destaca “sérias deficiências” com base num estudo realizado em novembro.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis diz que “o relatório indica que não há uma identificação e registo eficaz dos migrantes em situação irregular […], nem uma verificação das identidades em bases de dados cruciais, como o Sistema de Informação Schegen, a Interpol e bases nacionais”.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirma que o seu governo “fez alguns compromissos e foram feitos progressos. Dentro de um mês, esses compromissos estarão completamente respeitados. O que falta ver é se a Europa vai cumprir os seus compromissos com a Grécia e face a um problema internacional. A crise dos refugiados não é uma crise grega, mas sim europeia. E é preciso encontrar soluções europeias para problemas europeus”.

Bruxelas impõe a Atenas a adoção de medidas draconianas no prazo de três meses, caso contrário poderá recomendar aos Estados-membros vizinhos da Grécia o restabelecimento dos controlos fronteiriços, por um período de até dois anos.

O correspondente da euronews, Stamatis Giannisis, diz que “a Grécia comprometeu-se com os parceiros europeus a instaurar pelo menos cinco centros de registo de migrantes em ilhas do mar Egeu até ao meio de Fevereiro. O respeito deste prazo poderá acalmar as vozes críticas do governo grego, que sentem que Atenas não fez tanto como devia nos meses anteriores”.