Ucrânia: Viver na frente de batalha de Stanitsa Luhanskas

Ucrânia: Viver na frente de batalha de Stanitsa Luhanskas
De  Euronews
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Stanitsa Luhanska é uma pequena cidade na frente de batalha no leste da Ucrânia. São poucos os metros que separam a população da espécie de

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Stanitsa Luhanska é uma pequena cidade na frente de batalha no leste da Ucrânia. São poucos os metros que separam a população da espécie de fronteira criada com a autoproclamada República Popular de Luhansk. Uma espécie de fronteira que divide famílias: de um lado vivem “controlados” por Kiev. Do outro, lideram os rebeldes pró-Rússia.

Mas esta divisão não faz sentido para muitos dos que moram na região. Uma habitante ouvida pela euronews deixa várias perguntas: “Queremos saber quando vai acabar esta confusão. A Ucrânia é de um lado e do outro. Queremo saber porque foi cortada a passagem? Porque temos de passar por este controlo com passaportes ucranianos? Sou ucraniana, os meus filhos são ucranianos e não têm culpa que alguns terroristas tenham roubado o poder. Libertem-nos destes terroristas!”

Quem quer passar o controlo tem de esperar, pelo menos, uma hora na fila até mostrar os documentos. Uma situação que se repete dos dois lados da ponte que atravessa o rio Siverskiy Donets. No inverno as temperaturas baixam dos zero, por isso, o chamado Estado de Emergência ucraniano instalou tendas para abrigar quem quer passar para a zona controlada pelos rebeldes.

E a passagem é quase obrigatória. A vida em Stanitsa Luhanska sempre esteve muito dependente da cidade grande. Dedicados sobretudo à agricultura, os habitantes tinham como principal mercado Luhansk.
Isso antes da guerra. Agora, com todos os setores de atividade económica quase destruídos, quem mora do lado controlado por Kiev tem de procurar quase tudo do lado rebelde, onde os preços são mais baixos.

Uma outra moradora explica que “aqui produziamos tomates e pepinos, era daí que vinha o nosso rendimento. Vendiamos quase tudo em Luhansk. Agora não conseguimos produzir nada, não vendemos nada. Não conseguimos viver aqui, vamos mudar-nos para casa da nossa filha”.

Stanitsa Luhanska foi muito destruída durante o conflito. De muitos edifícios restam os escombros, as estufas estão muito danificadas. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados montou uma série de estruturas de apoio e está a ajudar na reconstrução das casas danificadas. Mas tendo em conta que o conflito ainda não terminou e esta cidade fica muito próxima da frente de combate, nem as organizações não governamentais nem o governo de Kiev quer arriscar começar já os trabalhos de reconstrução.

Jeff Wilkinson, responsável do ACNUR na região, explica que “começámos os nossos projetos piloto, primeiro em Lysychansk. Era uma antiga frente de combate onde já existem condições de segurança para trabalhar. E este ano, a prioridade será reconstruir essa antiga frente de combate. Mas é uma questão de tempo até chegarmos a esta zona”.

Mas este tempo de espera parece uma eternidade para quem mora em Stanitsa Luhanska, onde as necessidades são urgentes.

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