Ai Weiwei: A arte que choca e desperta consciências

Ai Weiwei: A arte que choca e desperta consciências
De  Ricardo Figueira
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Tal como o britânico Banksy, também o chinês Ai Weiwei tem desenvolvido ações para alertar para o problema dos refugiados.

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Uma provocação, por parte do artista contemporâneo chinês Ai Weiwei, em pleno Festival de Cinema de Berlim: Aos milhares de coletes salva-vidas usados por migrantes para chegar à Europa que cobriam já as colunas da sala de concertos Schauspielhaus, juntou-se agora um bote de borracha.

Com esta instalação, Ai Weiwei quer despertar a consciência da Alemanha e do mundo para o drama dos refugiados, homenageando ao mesmo tempo todos aqueles que morreram ao tentar atravessar o Mar Egeu ou o Mediterrâneo.

Para a instalação, foram usados 14.000 coletes de salvação deixados por migrantes na ilha grega de Lesbos.

Galeria de fotos:

Berlin: Ai Weiwei

Arte contra a indiferença

Não é a primeira vez que Ai Weiwei usa a arte para alertar para o tema dos refugiados. Na semana passada, instalou as suas figuras de bronze do Zodíaco Chinês em Praga, uma exposição que estava já programada e que dura até ao fim de agosto. Mas, para protestar contra a sorte dos refugiados, Ai Weiwei decidiu cobrir as esculturas com cobertores isotérmicos, semelhantes aos que se veem ser usados pelos sobreviventes de naufrágios. O gesto foi uma crítica às políticas do atual governo checo, que decidiu receber apenas 153 refugiados, todos cristãos do Iraque.

O artista, conhecido também pela dissidência face ao regime de Pequim, é uma das vozes mais ferozes contra a política europeia face aos refugiados. Outra intervenção com que gerou alguma polémica foi a recriação da foto de Aylan Kurdi, o menino curdo afogado numa praia da Turquia, cuja foto comoveu o mundo inteiro.

Banksy coberto

Outro protesto artístico contra o tratamento dos imigrantes e refugiados veio do artista de rua britânico Banksy, com um “graffitti” representando Cosette, a personagem do musical “Os Miseráveis” (da obra de Victor Hugo) chorando devido ao gás lacrimogéneo, junto à embaixada francesa em Londres. A obra foi pouco depois coberta por placas de madeira, por parte dos proprietários do edifício, aparentemente para evitar um roubo.

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