Tal como o britânico Banksy, também o chinês Ai Weiwei tem desenvolvido ações para alertar para o problema dos refugiados.
Uma provocação, por parte do artista contemporâneo chinês Ai Weiwei, em pleno Festival de Cinema de Berlim: Aos milhares de coletes salva-vidas usados por migrantes para chegar à Europa que cobriam já as colunas da sala de concertos Schauspielhaus, juntou-se agora um bote de borracha.
Com esta instalação, Ai Weiwei quer despertar a consciência da Alemanha e do mundo para o drama dos refugiados, homenageando ao mesmo tempo todos aqueles que morreram ao tentar atravessar o Mar Egeu ou o Mediterrâneo.
Para a instalação, foram usados 14.000 coletes de salvação deixados por migrantes na ilha grega de Lesbos.
Galeria de fotos:
Arte contra a indiferença
Não é a primeira vez que Ai Weiwei usa a arte para alertar para o tema dos refugiados. Na semana passada, instalou as suas figuras de bronze do Zodíaco Chinês em Praga, uma exposição que estava já programada e que dura até ao fim de agosto. Mas, para protestar contra a sorte dos refugiados, Ai Weiwei decidiu cobrir as esculturas com cobertores isotérmicos, semelhantes aos que se veem ser usados pelos sobreviventes de naufrágios. O gesto foi uma crítica às políticas do atual governo checo, que decidiu receber apenas 153 refugiados, todos cristãos do Iraque.
O artista, conhecido também pela dissidência face ao regime de Pequim, é uma das vozes mais ferozes contra a política europeia face aos refugiados. Outra intervenção com que gerou alguma polémica foi a recriação da foto de Aylan Kurdi, o menino curdo afogado numa praia da Turquia, cuja foto comoveu o mundo inteiro.
Que penser de la photo d’Ai Weiwei dans la position du petit Aylan ? — via
LaMatinale_M</a> <a href="https://t.co/sNTEwLTdAi">https://t.co/sNTEwLTdAi</a></p>— mp lannelongue (
mpmapil) February 7, 2016
Banksy coberto
Outro protesto artístico contra o tratamento dos imigrantes e refugiados veio do artista de rua britânico Banksy, com um “graffitti” representando Cosette, a personagem do musical “Os Miseráveis” (da obra de Victor Hugo) chorando devido ao gás lacrimogéneo, junto à embaixada francesa em Londres. A obra foi pouco depois coberta por placas de madeira, por parte dos proprietários do edifício, aparentemente para evitar um roubo.
Banksy (face ambassade de France Londres contre lacrymogènes face aux migrants) couvert par du contreplaqué (AP) pic.twitter.com/QWz26abvFX
— Gilles Klein (@GillesKLEIN) January 25, 2016