O Instituto da Memória Nacional polaco tornou públicas cerca de 700 páginas de documentos que, alegadamente, comprovam o envolvimento do líder
O Instituto da Memória Nacional polaco tornou públicas cerca de 700 páginas de documentos que, alegadamente, comprovam o envolvimento do líder histórico do sindicato Solidariedade, Lech Walesa, com os serviços secretos comunistas nos anos 70.
Os documentos foram entregues ao Instituto pela viúva do antigo ministro do Interior do regime comunista e chefe da polícia secreta, Czeslaw Kiszczak, falecido em 2015.
“Até ao momento eu sabia que existiam oito documentos assinados pelo espião Bolek, ou seja, Lech Walesa. Agora vi que existem dezenas. Estamos a falar de um documento modelo para agentes secretos que colaboravam com o regime” afirma o historiador Sławomir Cenckiewicz.
De visita aos Estados Unidos, o antigo presidente polaco que sempre negou as acusações admitiu, esta segunda-feira, ter assinado documentos como parte de uma estratégia para libertar a Polónia.
“Assinei alguns documentos que, atualmente, me estão a criar alguns problemas e quero explicar o que se passou. Eu assinei os documentos de boa-fé, por isso, vamos deixar que a história decida” refere Lech Walesa.
O prémio Nobel da Paz reconhece que teve contactos com os serviços secretos comunistas, mas rejeita ter colaborado com a polícia política.
Na Polónia, a eventual colaboração de Walesa com o regime comunista está, desde os anos 90, envolta em polémica e continua a dividir simpatizantes e detratores.