As autoridades garantem que não haverá despejos forçados e que preferem dialogar com os migrantes para os convencer a abandonarem o acampamento
Há 3000 pessoas. O Estado diz que são 1000. O Estado tem 1000 alojamentos, não tem 3000. Para onde vão as restantes 2000 pessoas - Maya Konforti, associação Auberges des Migrants
Começou oficialmente a evacuação da zona sul da chamada “selva de Calais”, em França. As associações humanitárias tentaram impedi-la, na justiça, mas o tribunal administrativo de Lille confirmou-a.
As autoridades garantem que não haverá despejos forçados e que preferem dialogar com os migrantes para os convencer a abandonarem o acampamento.
Em troca do despejo, propõem um centro de acolhimento provisório ou contentores, mas as associações garantem que os lugares disponíveis não são suficientes.
“Há 3000 pessoas. O Estado diz que são 1000. O Estado tem 1000 alojamentos, não tem 3000. Para onde vão as restantes 2000 pessoas?”, interroga-se Maya Konforti, da associação Auberges des Migrants, que acrescenta: “Como é que um juiz pode aceitar isto, em pleno inverno, sabendo que há muitas crianças, mulheres, bebés e menores desacompanhados?”
Próxima de Inglaterra e miserável, a “selva” constituiu-se, contudo, como uma pequena vila, com escolas, igrejas e mesmo restaurantes.
“Aqui, não vão fazer cenas mas tenho a certeza de que não se vão embora. Porque dizem ‘ir embora para onde?’ E há algo mais que dizem todos: ‘Não viemos para ficar em França, queremos passar para Inglaterra’”, explica Zimako, fundador da escola da “selva”.
La jungle de #calais
— Thibaut Buhry (@Thibautbuhry) 26 février 2016TF1LeJT</a> <a href="https://twitter.com/audrey_crespo">
audrey_crespo#tf1pic.twitter.com/c9fjXrRGU7
Depois do Tribunal Administrativo de Lille, as associações humanitárias prometem recorrer agora ao Conselho de Estado.