Confirmado: Zika pode provocar síndrome que paralisa e bloqueia a respiração

Confirmado: Zika pode provocar síndrome que paralisa e bloqueia a respiração
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De  Francisco Marques com instituto pasteur, Lusa
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Estudo do Instituto Pasteur, em Paris, França, confirma a relação entre a passagem da epidemia de Zika pela Polinésia Francesa entre 2013 e 2014 e o consequente aumento de casos da sídrome de Guillain

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Foi confirmada a ligação do vírus Zika à síndrome de Guillain-Barré, uma doença nervosa autoimune que se manifesta após a ocorrência de outras infeções virais e que provoca paralisia de membros e insuficiência respiratória.

Um artigo publicado esta terça-feira pelo Instituto Pasteur, de Paris, revela a relação entre o aumento de casos de síndrome de Guillain-Barré com a propagação do Zika.

Confirmation d’un lien de causalité entre le #VirusZika et les syndromes de Guillain-Barré https://t.co/dnxYC11Iyhpic.twitter.com/QGAFwrWjVe

— Institut Pasteur (@aiderpasteur) 1 de março de 2016

(Confirmação de uma ligação de causalidade entre o vírus Zika e os síndromas de Guillain-Barré.)

A investigação envolveu uma equipa médica multidisciplinar — incluindo epidemiologistas, virologistas e imunologistas — coordenada pelo professor Arnaud Fontanet

O estudo teve por base dados recolhidos na Polinésia Francesa entre outubro de 2013 e abril de 2014, período em que aquela região do Pacífico sul foi afetada por uma epidemia de Zika e se registou também um aumento de casos de síndrome de Guillain-Barré, doença que provoca uma forma grave de paralisia de membros e insuficiência respiratória.

[Save the date] International #Zika Summit 2016, 25-26 April 2016, Institut Pasteur Paris <a href="https://t.co/zGw9uTz10Q">https://t.co/zGw9uTz10Q</a> <a href="https://t.co/9TRm7wuFDH">pic.twitter.com/9TRm7wuFDH</a></p>&mdash; Institut Pasteur (aiderpasteur) 22 de fevereiro de 2016

([Guarde a data] Cimeira internacional sobre o Zika, 25-26 de abril de 2016 no Instituto Pasteur, em Paris.)

Alguns dos pacientes com Guillain-Barré observados neste estudo (cerca de 38 por cento) precisaram mesmo de ser ligados a sistemas de suporte de vida para conseguirem respirar durante a fase mais aguda da doença. Passado o período mais crítico, a “recuperação decorreu muito bem”, lê-se no artigo puiblicado na revista The Lancet, “e metade dos pacientes eram capazes de andar sem qualquer apoio após três meses”.

“O risco de desenvolver a síndrome de Guillain-Barré foi estimado em 2,4 por cada 10.000 casos de infeção por vírus Zika, dado que dois terços da população da Polinésia Francesa foi infectada durante a passagem da epidemia em 2013-2014”, conclui-se o artigo.

[ Ata médica portuguesa a explicar a síndrome de Guillain-Barré ]

Com mais de 1,5 milhões de casos só no Brasil, a atual epidemia de Zika já chegou à Europa — a Direção-Geral de Saúde confirmou sexta-feira o 9.° caso em Portugal e em França foi identificado o primeiro caso por transmissão sexual. O foco está contudo centrado na América do sul, onde se registou também um aumento de casos de recém-nascidos com microcefalia devido a uma infeção de zika contraída pela mãe durante a gravidez e, agora com relação confirmada, também de casos de síndrome de Guillain-Barré.

Zika : Le conseil absolument parfait de Touraine aux femmes ayant un projet de grossesse https://t.co/tlRog2BkBCpic.twitter.com/qPF5SOjIsx

— Le Lab (@leLab_E1) 29 de fevereiro de 2016

(Zika: o conselho absolutamente perfeito da ministra Touraine âs mulheres com planos de engravidar:
“Se está grávida ou tem planos de engravidar, deve ter relações sexuais com proteção
porque o vírus Zika pode transmitir-se por via sexual.”)

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