A medida surge no contexto da guerra na Síria, com o Hezbollah e o Irão xiita a apoiarem o regime de Bashar Al-Assad, enquanto as monarquias sunitas apoiam a rebelião
O Hezbollah foi declarado “organização terrorista” pelas seis monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).
O movimento xiita libanês foi assim qualificado pelas monarquias sunitas que referem que “os crimes da milícia do Hezbollah (…) e os atos terroristas e de incitação na Síria, Iémen e Iraque (…) são uma ameaça para a segurança”.
A medida é, contudo, contestada pelo ex-primeiro-ministro libanês, o sunita Saad al-Hariri: “Deveríamos falar com aqueles com quem temos problemas, não acham? Deveríamos falar com o Hezbollah. Há quem pense que este diálogo não nos leva a lado nenhum mas garanto-vos que, mais cedo ou mais tarde, este diálogo terá resultados, porque o Hezbollah vai dar-se conta de que tomou posições que não beneficiam o país.”
#Lebano's #Hariri says to keep dialogue open with #Hezbollahhttps://t.co/t3yKoBE8WM#SaudiArabia#GCC#Shia#Yemenpic.twitter.com/BwIqpFenB0
— Ahram Online (@ahramonline) March 2, 2016
A medida surge no contexto da guerra na Síria, com o Hezbollah e o Irão xiita a apoiarem o regime de Bashar Al-Assad, enquanto as monarquias sunitas apoiam a rebelião.
Mas a decisão do Conselho de Cooperação do Golfo corre o risco de ser de difícil aplicação, como explica o analista político George Aalam:
“Estamos em terreno perigoso. A questão agora é saber se os países do Conselho de Cooperação do Golfo vão relacionar-se com o governo libanês, o qual colabora com o movimento agora declarado terrorista e que tem dois ministros no governo liderado pelo primeiro-ministro Tammam Salam.”
O secretário-geral Conselho garante que “serão tomadas medidas apropriadas para aplicar esta decisão, em conformidade com as regras da luta antiterrorista em vigor nos Estados do CCG e leis internacionais”.