Turquia: 'Zaman' já é "pró-Erdogan", mas os caciques ainda não conseguiram aceder ao 'site'

Turquia: 'Zaman' já é "pró-Erdogan", mas os caciques ainda não conseguiram aceder ao 'site'
De  Marco Lemos com Reuters, AFP, EFE, Lusa
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A página, em inglês, do 'Zaman', continua em linha, apesar de não ser atualizada, porque os agentes do Estado não conseguiram ainda quebrar a palavra-passe do sítio na internet.

A liberdade de imprensa é um dos pilares da civilização ocidental moderna e não surpreende por isso a vaga de críticas europeias à repressão em curso na Turquia contra os que ousam levantar a voz contra as políticas de Recep Tayyip Erdogan e do governo islamita e conservador do AKP.

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De Paris a Berlim, passando por Bruxelas, as críticas multiplicam-se.

“A cooperação com a Turquia não significa que vamos aceitar tudo o que a Turquia faz. Em particular, devemos estar extremamente vigilantes no que diz respeito a certas medidas que foram tomadas em relação à liberdade de imprensa. A imprensa tem de ser livre em todo o lado e na Turquia também”, referiu o presidente francês, François Hollande. O “ministro dos Negócios Estrangeiros de França considerou que é “inaceitável” o que aconteceu”:http://www.hurriyetdailynews.com/france-says-seizure-of-zaman-newspaper-unacceptable.aspx?pageID=238&nID=96119&NewsCatID=510.

Para o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, “a liberdade de imprensa é um elemento inegociável da identidade europeia”. Já o governo alemão afirma que se Ancara quer ser “membro da União Europeia, é de esperar que (…) compreenda os direitos fundamentais e as liberdades europeias”.

A colocação do jornal ‘Zaman’ – um dos mais críticos do poder – sob controlo estatal é apenas o último episódio de uma triste telenovela em que já se assistiu a tentativas de calar quem denunciou a corrupção entre as altas esferas do Estado e seus correligionários se viu jornalistas serem presos ou ainda as redes sociais suspensas por causa da divulgação de opiniões contrárias aos desejos do poder.

Curiosamente, a página, em inglês, do Zaman, na internet, continua em linha apesar de não ser atualizada, porque os agentes do Estado não conseguiram ainda quebrar a palavra-passe para lhe aceder.

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