Tribunal de Kazan condenou a jornalista russo-americana a seis anos e meio de prisão após um julgamento secreto, informou a The Associated Press, citando documentos do tribunal e funcionários.
PUBLICIDADEO Supremo Tribunal do Tartaristão considerou a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva culpada de divulgar “falsificações” sobre o exército.
A editora do Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL) foi condenada a seis anos e meio de prisão, adiantou a Associated Press.
A jornalista da Radio Liberty foi detida em outubro de 2023, tendo sido acusada pelas autoridades russas de não se ter registado como “agente estrangeira” ao “recolher informações sobre o exército russo”.
Em maio foi presente a uma audiência em Kazan, Rússia, onde foi também acusada de divulgar “falsificações” sobre o exército russo, ao abrigo de legislação que criminaliza efetivamente qualquer declaração pública sobre a guerra na Ucrânia que se afaste da linha do Kremlin.
Stephen Capus, presidente e diretor executivo da Radio Free Europe/Radio Liberty, considerou o julgamento e a pena “uma farsa da justiça.”
O processo contra a jornalista terá sido à porta fechada e não há pormenores sobre a natureza das acusações contra Alsu Alsu Kurmasheva.
O processo contra a jornalista tem a classificação “secreta” e foi apresentado ao tribunal a 11 de julho, avança o órgão independente russo Mediazona.
De acordo com a publicação, a investigação foi concluída numa sessão, que teve lugar na quinta-feira, 18 de julho.
A condenação ocorreu na sexta-feira, no mesmo dia em que um tribunal da cidade russa de Ekaterinburgo condenou Evan Gershkovich, repórter do Wall Stree Journal, por espionagem e sentenciou-o a 16 anos de prisão num caso que os EUA classificaram de politicamente motivado.
Condenada a uma troca?
Os julgamentos recordes e secretos de Kurmasheva e Gershkovich suscitaram a esperança de uma possível troca de prisioneiros entre Moscovo e Washington. As autoridades russas não excluíram a possibilidade de Gershkovich ser trocado, mas afirmaram que primeiro é necessário chegar a um veredito no seu caso.
Atualmente, são conhecidos nove cidadãos americanos detidos na Rússia. Estes dados são citados pela The Associated Press.
