O emissário da ONU para a Síria vai precisar mais do que flores para convencer os dirigentes da oposição e representantes do governo a acabar com uma
O emissário da ONU para a Síria vai precisar mais do que flores para convencer os dirigentes da oposição e representantes do governo a acabar com uma guerra que já provocou mais de 260 mil mortos. Staffan de Mistura tem multiplicado, em Genebra, os encontros com elementos de algumas das partes envolvidas no conflito, mas até ao momento sem resultados.
O Alto Comité das Negociações – o maior bloco da oposição síria insiste no afastamento de Bashar Al-Assad. Uma exigência que não é nova. Em março de 2011, milhares de pessoas saíram à rua em várias cidades para dizer basta ao chefe de Estado sírio. As manifestações em prol da democracia acabaram por ser reprimidas de forma sangrenta e o conflito armado tornou-se uma realidade.
As negociações, em Genebra, devolveram a esperança aos sírios, mas os analistas pedem prudência e lembram que o processo de transição político não é o único obstáculo
A entrada em cena do chamado grupo de Moscovo e do Cairo – que em fevereiro tinha já reclamado um lugar na mesa das negociações – revelou ser mais uma dor de cabeça para os representantes do maior bloco da oposição, apoiados pela Arábia Saudita.
A marcar a nova ronda de negociações estão, também, dois anúncios: a criação de uma região federal por parte dos curdos sírios e as advertências do chefe de Estado russo que não exclui a hipótese de voltar a aumentar a presença militar na Síria se necessário. Por outras, palavras se o cessar-fogo instaurado a 27 de fevereiro for violado. Uma situação que na prática já ocorreu diversas vezes.