Esta quinta-feira é assinalado o segundo aniversário do rapto de mais de 200 estudantes nigerianas, em Chibok, no nordeste do país, pelos extremistas
Esta quinta-feira é assinalado o segundo aniversário do rapto de mais de 200 estudantes nigerianas, em Chibok, no nordeste do país, pelos extremistas do Boko Haram. Para marcar a data, membros da campanha “Bring Back Our Girls” – que, em português, se traduz por “Tragam de Volta as nossas Meninas” – ataram fitas vermelhas nas árvores da capital, Abuja.
A mãe de uma das raparigas diz que quando o rapto ocorreu nem sabia “se queria estar viva para assistir a algo assim”.
Dois dias antes do aniversário, o Boko Haram divulgou um vídeo onde surgem supostamente 15 das 219 raparigas que se encontram ainda sequestradas. Várias das estudantes que surgem nas imagens – que constituem a primeira prova de vida desde maio de 2014 – foram reconhecidas pelos familiares.
O grupo “jihadista” dirigido por Abubakar Shekau – que no ano passado jurou lealdade aos extremistas do Estado Islâmico – terá exigido também ao governo nigeriano um resgate de 50 milhões de euros.
A ONG Human Rights Watch disse, na terça-feira, que os ataques do Boko Haram na Nigéria deixaram perto de um milhão de menores privados de ensino. E a ONU destacou ontem o recurso a crianças em ataques suicidas.
O coordenador de assistência humanitária das Nações Unidas para o Sahel, Toby Lanzer, frisou que “quando extremistas atam explosivos a uma rapariga de sete anos e a enviam para um mercado para explodir, isso é a incarnação do mal e é difícil imagina algo mais horrível. Só no mês de janeiro, no norte dos Camarões, 63 bombistas suicidas fizeram-se explodir e mais de metade eram raparigas e mulheres”.
A UNICEF denunciou, num relatório, o aumento significativo do uso de crianças em ataques suicidas, em ações do Boko Haram, tanto na Nigéria e nos Camarões, como no Chade e no Níger.