Cerca de 200 civis em El Carmen de Atrato, no oeste da Colômbia, detiveram e transferiram 18 soldados para uma reserva indígena para impedir uma operação militar contra os guerrilheiros do ELN.
Centenas de pessoas raptaram coletivamente 18 soldados do exército colombiano numa zona rural da região de Chocó, no oeste da Colômbia. Os soldados estavam alegadamente a levar a cabo uma operação contra o Exército de Libertação Nacional (ELN), uma organização paramilitar e de tráfico de droga, quando foram intercetados em El Carmen de Atrato, 134 quilómetros a sudoeste de Medellín e na fronteira com a região de Antioquia.
"Uma unidade militar acabou cercada e intercetada por aproximadamente 200 pessoas, que arbitrariamente detiveram e transferiram os soldados para uma reserva indígena", disse o exército colombiano.
"Rejeitamos qualquer ação que viole a liberdade pessoal, a integridade e a segurança dos membros da força pública, bem como qualquer conduta que obstrua, interfira ou impeça o desenvolvimento de operações militares legítimas do Estado", acrescentaram em seu comunicado.
O episódio também foi denunciado pelo ministro da Defesa que disse que o trabalho das forças militares é "proteger a população civil".
"Essas operações têm como objetivo proteger a população civil — especialmente as comunidades indígenas — contra ameaças como o recrutamento de menores, o deslocamento forçado e outros atos associados à violência, bem como responder aos Alertas Precoces emitidos pela Defensoria Pública", disse nas redes sociais.
Esta detenção coletiva orquestrada de civis não é um caso isolado.
Em agosto passado, outra multidão de camponeses sequestrou 34 soldados na região de Guaviare, no sudeste do país, e em setembro outros 45 soldados tiveram o mesmo destino em Cauca, no sudoeste.
Em ambos os casos, todos os soldados foram libertados graças à mediação de missões humanitárias.
O novo episódio ocorre apenas 24 horas depois de o Estado-Maior Central (EMC), uma dissidência da antiga guerrilha das FARC, ter anunciado a cessação das operações contra o exército durante todo o Natal. Além disso, o próprio ELN tinha garantido um cessar-fogo unilateral de 24 de dezembro a 3 de janeiro de 2026.