As Nações Unidas lançaram um apelo aos Estados Unidos e à Rússia. A ONU espera que estas duas potências possam voltar a unir esforços e tentem salvar
As Nações Unidas lançaram um apelo aos Estados Unidos e à Rússia. A ONU espera que estas duas potências possam voltar a unir esforços e tentem salvar o “fim das hostilidades” na Síria e as negociações entre o regime de Bashar al-Assad e os grupos da oposição.
Staffan de Mistura, o enviado especial da ONU para a Síria, não desiste do processo de paz. “Esta ronda de conversações foram ofuscadas por uma deterioração substancial e de facto preocupante do fim das hostilidades antes acordadas”, afirmava De Mistura a 28 de março.
Na última quarta-feira (27 de abril), realizou-se a derradeira reunião da terceira ronda de negociações. O objetivo de assegurar uma transição política pacífica na Síria falhou. Não há acordo.
Bombed, looted, burned and destroyed. Hospitals under attack: https://t.co/HInUa9D0Ge via
— ICRC (@ICRC) 29 de abril de 2016PMaurerICRC</a> & <a href="https://twitter.com/MSF">
MSFpic.twitter.com/3wVZLmyCMX
Na semana anterior, a delegação da comissão de negociações da oposição ao regime decidiu suspender as negociações, acusando o governo de Assad de ter violado as tréguas acordadas em fevereiro.
Foi a 11 de fevereiro que Estados Unidos (opositores à permanência de Assad na presidência) e Rússia (aliada do regime de Assad) iniciaram em Munique uma ronda de conversações sobre a Síria. O foco foi colocado no que consideravam mais urgente: estabelecer os termos de um cessar-fogo entre os beligerantes.
Life expectancy among Syrians reduced by 20 years since 2011, we can't turn back time, but we can stop the war. pic.twitter.com/0zcHDRL5NU
— Firas Al-khateeb (@khateebunhcr) 25 de abril de 2016
Barack Obama anunciou o acordo a 27 de fevereiro. “O fim das hostilidades na guerra civil está previsto ser implementado este fim de semana, mas não nos deixamos iludir. Temos muitas razões para ceticismo. Mesmo nas melhores circunstâncias, a violência não vai terminar de imediato”, avisava o Presidente dos Estados Unidos diante das câmaras.
A 29 de fevereiro, logo após a implementação do fim das hostilidades, algumas cidades sírias sitiadas pelo conflito puderam começar a receber assistência humanitária. A Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) conseguiu fazer chegar ajuda às populações esfomeadas devido ao bloqueio imposto pelos combatentes. Este não era apenas um cessar-fogo, era um respirar de alívio para os civis.
In 2016,
UNHCRinSYRIA</a> dispatched 1,901698 Humanitarian Core Relief Items for 755,613 individuals inside <a href="https://twitter.com/hashtag/Syria?src=hash">#Syria</a> <a href="https://t.co/1I33OLgfq8">pic.twitter.com/1I33OLgfq8</a></p>— Vivian Toumeh (
VToumeh) 25 de abril de 2016
A 15 de março, o Kremlin, através do Presidente Vladimir Putin, anunciou o regresso à Rússia da maior parte dos bombardeiros mobilizados na Síria. A retirada, pôs fim a uma campanha militar russa que durava há cinco meses e que desequilibrou o conflito sírio a favor do regime de Bashar al-Assad.
De facto, a 13 de abril, o presidente sírio e a mulher surgiram na televisão sorridentes, a exercer o direito de voto nas controversas eleições legislativas marcadas poucos meses. É, no entanto, Assad, e sobretudo o seu futuro político no país, que continua a travar um acordo de transição política na Síria e o fim de uma guerra que dura há cinco anos, e na qual já morreram mais de 250.000 pessoas.