O Quénia procedeu este sábado à incineração de cerca de 105 toneladas de marfim extraídas de forma clandestina de cerca de 8 mil elefantes e
O Quénia procedeu este sábado à incineração de cerca de 105 toneladas de marfim extraídas de forma clandestina de cerca de 8 mil elefantes e rinocerontes. Este género de ato crematório está a ser catalogado como a maior queima de marfim jamais efectuada no planeta e acontece como símbolo dramático da luta pela preservação da vida selvagem em África.
De acordo com os dados fornecidos, seriam cerca de 16.000 dentes de elefante e chifres de rinoceronte que compunham esta trágica fogueira. Em África, existirão ainda entre 450 mil e 500 mil elefantes, dos quais se estima que mais de 30 mil sejam assassinados a cada ano por caçadores furtivos por causa do marfim, vendido, por exemplo, na Ásia a cerca de 1000 euros o quilo.
#UPDATE Kenya set to torch vast ivory stockpile to help save elephants https://t.co/J98gEEzWfx#IvoryBurnpic.twitter.com/yE7by4monw
— AFP news agency (@AFP) 30 de abril de 2016
(O Quénia queima vasto armazenamento de marfim para ajudar a salvar elefantes.)
Esta histórica incineração do marfim culminou a cimeira de líderes realizada no Quénia para debater a protecção da vida selvagem no continente africano. No discurso de encerramento, Uhuro Kenyatta sublinhou que “a caça ilegal e o tráfico de animais selvagens é agora um ramo do crime internacional” e deixou um apelo: “A luta contra este crime vai ser ganha com alianças por todas as nações e continentes. O primeiro passo deve ser uma mais próxima cooperação, em especial entre os países que preservam as últimas manadas de elefantes em África.”
A União Europeia expressou em comunicado, através dos comissários Neven Mimica e Karmenu Vella, total apoio à luta pelo fim do massacre de elefantes e congratulou o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, pelos passos dados na protecção da vida selvagem em África.
Protection of elephants in Africa:
MimicaEU</a> <a href="https://twitter.com/KarmenuVella">
KarmenuVella welcome important step in #Kenyahttps://t.co/175cxdikmKpic.twitter.com/wFs7HwGoQv— European Commission (@EU_Commission) 30 de abril de 2016
(Proteção de elefantes em África: os comissários Neven Mimica e Karmenu Vella
congratulam este importante passo dado no Quénia.)
Distanciando-se radicalmente das vozes que defendiam que o Quénia deveria ter vendido e não incinerado o marfim armazenado e avaliado em cerca de 150 milhões de dólares (cerca de 130 milhões de euros), o presidente sublinhou que, com esta queima, o “Quénia está a marcar uma posição de que o marfim não tem qualquer valor a menos que esteja nos elefantes.”
O Quénia pretende conseguir ainda uma proibição mundial à venda de marfim no decurso da Convenção Internacional de Comércio de Espécies em perigo de Fauna e Flora Selvagens (CITES, na sigla original), que se realiza no final deste ano na África do sul.
Today is the deadline for submitting listing proposals & working documents for consideration at
CITES</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/CoP17?src=hash">#CoP17</a> <a href="https://t.co/oDDDEv8NcT">pic.twitter.com/oDDDEv8NcT</a></p>— CITES (
CITES) 27 de abril de 2016