França: Governo socialista debate reformas laborais; Sindicalistas e estudantes protestam

Após semanas de protestos, o governo socialista francês iniciou um debate no parlamento, que procura suavizar as leis laborais.
A França tem uma das regulamentações de trabalho mais extensas e protetoras na zona euro. O governo insiste em liberalizar as leis laborais, de forma a facilitar a contratação e o despedimento pelas empresas.
Sindicalistas e estudantes manifestaram-se, esta terça-feira, nas ruas de Paris, enquanto os deputados debatiam o projeto de lei.
“Trouxeram, ainda assim, o projeto de lei à Assembleia Nacional. Agem como se não houvesse mais debate nas ruas. Mas, achamos que isto diz-nos respeito. Trata-se do nosso futuro e do presente de muitos trabalhadores. Por isso, estamos aqui para dizer que queremos que o projeto de lei seja não seja apresentado”, disse um manifestante.
O representante da central sindical CGT afirma que este texto legal é um retrocesso social. “A colocação em causa da hierarquia das normas laborais, a facilitação de demissões, a redução dos salários, as horas extras remuneradas três anos mais tarde … É uma lei de regressão social como nunca havíamos visto. Vamos continuar a mobilizar-nos”, afirmou.
No centro da tempestade está a ministra do Trabalho francesa, Myriam El Khomri, não só pelas contestações que invadiram as ruas francesas, mas também pelo papel na divisão do partido no poder.
Se o governo perder o voto, pode recorrer a uma cláusula constitucional especial para forçar a reforma através de decreto.
Uma decisão que iria transportar as manifestações e a divisão dentro do partido socialista para outro nível.