A quarta semana de protestos, no Quénia, contra a comissão eleitoral nacional tornou-se, esta segunda-feira, extremamente violenta.
A quarta semana de protestos, no Quénia, contra a comissão eleitoral nacional tornou-se, esta segunda-feira, extremamente violenta. Pelo menos três pessoas morreram por alegada repressão violenta da policia antimotim e 19 pessoas acabaram detidas.
Há diversas denúncias de uso excessivo de força e até do recurso a balas reais pela policia. Os meios de comunicação locais colocaram a circular pela internet diversos vídeos e fotografias dos confrontos registados em diversos distritos quenianos. Algumas das imagens, como o vídeo em baixo do jornal Kenya Today, são, de facto, excessivamente violentas pela forma como mostram agentes de autoridade a agredir pessoas indefesas.
Os quenianos exigem mais transparência eleitoral e respeito por parte das autoridades. “Não confiamos na Comissão Eleitoral. As eleições de 2013 não foram transparentes. O presidente da comissão eleitoral não pôde, então, dar uma contagem correta dos votos e agora tão pouco”, defendeu Betty Otieno, residente em Kibera e participante nas manifestações pela transparência eleitoral, lançando ainda uma questão às autoridades: “Porque é que eles estão a matar quenianos? Porque é que estão a chamar a polícia para matar quenianos?”
4 women admitted at Homa Bay County Referral Hospital with gunshot wounds, 3 faint from teargas fumes in #CORDdemos. pic.twitter.com/5747vXMBMG
— Radio Citizen (@RadioCitizenFM) 23 de maio de 2016
Os próximos sufrágios no país estão previstos para agosto do próximo ano. Um deles, as Presidenciais, as quais a coligação da oposição que promove os protestos acusa de estarem a ser desde já “viciadas” pela atual comissão eleitoral, em parceria com o governo.
Os manifestantes exigem, por isso, a demissão da atual comissão eleitoral e a formação de uma nova independende do governo para garantir transparência nas urnas e evitar as suspeitas de manipulação que ensombraram as eleições gerais de 2013 (Presidente, Assembleia Nacional , Senado, Governadores regionais e respresentantes), as primeiras organizadas pela pouco antes criada e agora muito contestada Comissão Independente de Eleições (IEBC, na sigla original).
Há três anos, Uhuru Kenyatta foi eleito presidente à primeira volta com 50,5 por cento dos votos e o principal candidato derrotado, Raila Odinga, contestou sem sucesso os resultados. Odinga está agora entre os promotores dos atuais protestos.
VIDEO| Police ‘wash’
RailaOdinga</a>, <a href="https://twitter.com/skmusyoka">
skmusyoka &Wetangulam</a> with water during anti- <a href="https://twitter.com/IEBCKenya">
IEBCKenya protests #CordDemospic.twitter.com/TauYYQZzDH— Radio Citizen (@RadioCitizenFM) 23 de maio de 2016