O Concílio das igrejas ortodoxas começou esta semana em Creta. No entanto, poderia terminar sem atingir os seus objetivos devido à ausência de quatro representantes das 14 igrejas.
O histórico Concílio das igrejas ortodoxas que começou esta semana na ilha de Creta, na Grécia, é o primeiro do género em mil anos, mas poderia terminar sem atingir os seus objetivos devido à ausência de quatro representantes das 14 igrejas ortodoxas reconhecidas.
Um dos ausentes é o representante mais importante pelo número de crentes, Cirilo I de Moscovo, que se encontra entre os que decidiram boicotar o evento.
Depois de dois anos de preparação, o primeiro Concílio ortodoxo desde 787 parecia, no início, ter o seu sucesso garantido, até que a igreja ortodoxa búlgara pediu o encontro tivesse lugar mais tarde, pedido ao qual se somaram as igrejas síria, russa e georgiana.
A igreja sérvia, que começou por dizer que não participaria no encontro em Creta, acabou por estar presente, despertando a ira de Moscovo.
O patriarca Cirilo I justificou a decisão de não participar ao “temer que o concílio divida a comunidade ortodoxa em lugar de uni-la.”
As 14 igrejas ortodoxas do mundo coexistem de forma autónoma, ainda que assumam umas normas e uma crença comum. Todas as igrejas respeitam o patriarca de Constantinopla (o antigo nome da atual cidade de Istambul, na Turquia), Bartolomeu I.
No entanto, as tensões políticas e a partilha do poder dentro da igreja continuam a marcar as relações entre aquela que é considerada como a igreja líder dos ortodoxos – Constantinopla – e o patriarcado com o maior número de fieis – Rússia.
Durante o Concílio, celebrado na ilha de Creta, e que terminará dia 27 de junho, os patriarcas e os bispos presentes, cerca de 400, estão chamados a ratificar seis textos previamente acordados referentes aos temas abordados ao longo do encontro: a relação com outras igrejas cristãs, a prática do jejum, o matrimónio, a autonomia de cada igreja e a diáspora dos fiéis.