Heinz Fischer deixou a presidência da Áustria esta sexta-feira, depois de 12 anos no cargo, apelando aos austríacos para que resistam ao populismo e à xenofobia.
Heinz Fischer deixou a presidência da Áustria esta sexta-feira, depois de 12 anos no cargo, apelando aos austríacos para que resistam ao populismo e à xenofobia.
“A nossa política para os refugiados deve ser orientada pela racionalidade e pelo humanismo”, disse o presidente cessante num discurso marcado por críticas ao partido populista FPÖ de Nobert Hofer, que contestou o resultado da eleição presidencial de maio.
Fischer alertou que a política populista anti-imigração do FPÖ pode danificar a posição moral do país. “Nós, europeus, somos obrigados a formar uma ampla coligação contra o ódio e a violência”, sublinhou.
A cerimónia contou com a participação dos representantes das duas Câmaras do Parlamento, membros do governo, ex-chanceleres e representantes da sociedade austríaca.
Foi dia de críticas ao líder do FPÖ. Alexander Van der Bellen, o candidato ecologista que venceu as presidenciais de maio, acusou Hofer de “brincar com o fogo” ao evocar um possível referendo sobre a saída da União Europeia.
O líder dos Verdes derrotou Norbert Hofer na segunda volta das eleições de maio por uma pequena vantagem, mas o Tribunal Constitucional anulou o resultado, apontando irregularidades na contagem dos votos. As presidenciais terão que ser repetidas em 2 de outubro.
Hofer e o FPÖ reforçaram a posição contra a permanência da Áustria na UE na sequência da vitória dos partidários da saída da Grã-Bretanha no referendo britânico de 23 de junho.