Jogos Olímpicos usados como arena política

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Apesar de a Carta Olímpica proibir “qualquer forma de manifestação ou de propaganda política, religiosa ou racial”, os Jogos Olímpicos (JO) foram muitas vezes utilizados como instrumento de luta…

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Apesar de a Carta Olímpica proibir “qualquer forma de manifestação ou de propaganda política, religiosa ou racial”, os Jogos Olímpicos (JO) foram muitas vezes utilizados como instrumento de luta política.

Os seguintes momentos são disso exemplo:

Berlim, 1936: Hitler aproveita os JO para promover o Nacional Socialismo.

Melbourne, 1956: Holanda, Espanha e Suíça boicotam os JO em protesto contra a repressão soviética na Hungria.

Em 1968, 1972 e 1976 vários países africanos boicotam os Jogos Olímpicos em protesto contra o regime do Apartheid na África do Sul.

México, 1968: os atletas Tommie Smith e John Carlos, medalhas de ouro e de bronze, respetivamente, na prova dos 200 metros, subiram ao pódio, baixaram a cabeça e ergueram os braços com uma luva preta, a saudação dos Panteras Negras, um grupo contra a discriminação racial.

Tommie Smith & John Carlos bowed their heads down, wore black gloves while on the podium @Olympics in 1968.. 1/2 pic.twitter.com/tZhszC6R9P

— GoSports Foundation (@GoSportsVoices) 22 de julho de 2016

Munique, 1972: um grupo de terroristas palestinianos assassinam 11 atletas israelitas.

Moscovo, 1980: Em plena Guerra Fria, o evento ficou marcado pelo boicote de 50 países em protesto contra a invasão soviética ao Afeganistão.
No mesmo ano, é de recordar o gesto do atleta de salto à vara, Wladyslaw Kozakiewicz. O desportista polaco dobrou o braço, instintivamente, num movimento indecoroso após o salto que lhe garantira o ouro. O sucedido foi visto como um insulto pelos soviéticos. A fim de evitar a eliminação, Kozakiewicz alegou ter sido vítima de um espasmo muscular.

Polish athlete Wladyslaw Kozakiewicz shows his famous gesture to Soviet fans that booed him, 1980. pic.twitter.com/bakuF059VQ

— Historical Images (@Historicalmages) 2 de abril de 2016

Los Angeles, 1984: Foi a vez dos países do bloco soviético não comparecerem aos JO, alegando que a segurança das equipas não estaria garantida devido aos mísseis balísticos instalados pelos Estados Unidos na Europa Ocidental.

Seul, 1988: Cuba recusa-se a participar no evento desportivo em solidariedade com a Coreia do Norte, que viu o seu pedido para receber parte do evento ser rejeitado.

Barcelona, 1992: Hassiba Boulmerka, a primeira argelina a ganhar uma medalha de ouro nas provas dos 1500 metros, é ameaçada de morte por grupos muçulmanos por competir em calções.

#Algerian symbol of freedom in #Barcelona92 Hassiba Boulmerka run against all stereotypes #OlympicPeace#RoadToRiopic.twitter.com/NU4zyW4xP2

— Save the Dream (@savethedream) 29 de julho de 2016

Atlanta, 1996: Motivado pelo ódio aos defensores do aborto e dos direitos dos homossexuais, Eric Robert Rudolph, de 29 anos, coloca uma bomba artesanal debaixo de um banco no parque Centennial. A explosão faz dois mortos e mais de 100 feridos.

Sydney, 2000: O Afeganistão é banido dos Jogos por não permitir mulheres na sua delegação.

Pequim, 2008: Três ativistas da organização Repórteres Sem Fronteiras tentam tirar o microfone ao presidente da Comissão Organizadora dos JO de Pequim, Lui Qui, durante a cerimónia do acender da chama em Olímpia, na Grécia.
O mesmo grupo ativista consegue ainda controlar, durante cerca de 20 minutos, uma das frequências de rádio chinesas num protesto a favor da liberdade de imprensa.

Londres, 2012: A Arábia Saudita é ameaçada de exclusão por não permitir mulheres na sua delegação. O Comité Olímpico saudita aprovou a participação de mulheres nos JO depois de várias organizações de direitos humanos pedirem a desqualificação do país, caso o governo não aceitasse o pedido do Comité Olímpico Internacional.

Rio 2016: Uma equipa constituída por refugiados foi autorizada a competir pela primeira vez nos JO. Criada pelo Comité Olímpico Internacional, a equipa integra atletas de países como a República do Congo, Sudão do Sul e Síria.

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