Quando a alegria dá lugar ao drama nos Jogos Olímpicos

Quando a alegria dá lugar ao drama nos Jogos Olímpicos
De  Euronews
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A história dos Jogos Olímpicos tem inspirado a Humanidade mas não deixou de haver algumas deceções.

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A história dos Jogos Olímpicos tem inspirado a Humanidade mas não deixou de haver algumas deceções. A euronews lança um olhar sobre os eventos mais chocantes dos Jogos.

O massacre de Munique – 1972

Aqueles que foram classificados com os Jogos da Paz e da Alegria, tornaram-se o momento mais traumático da história dos Jogos Olímpicos.

Na madrugada de 5 de setembro de 1972 o grupo terrorista “Setembro Negro”, uma facção da Organização para a Libertação da Palestina, entrou na Aldeia Olímpica, em Munique, na Alemanha, e invadiu os apartamentos onde estavam os atletas israelitas.

O grupo fez 12 atletas reféns, durante um impasse de 12 horas.

O “Setembro Negro” afirmou que libertaria os desportistas em troca da libertação de 234 prisioneiros palestinianos das prisões de Israel. A polícia tentou acabar com o sequestro mas a operação acabou por sair frustrada, pela cobertura das televisões, que alertou os terroristas.

Os sequestradores acabaram por pedir um helicóptero e um avião para poderem viajar para o Egito, com os reféns. As autoridades germânicas acederam, de início, mas acabaram por atacar o grupo quando se dirigia para o helicópetero.

Durante o tiroteio, onze atletas acabaram por morrer, um conseguiu fugir.

Um polícia alemão morreu na operação, e cinco dos oito atacantes foram abatidos pelas forças de segurança.

Bombas no Parque Centennial – Atlanta 1996

A poucos dias da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, em Atlanta, nos Estados Unidos da América, uma bomba artesanal explode no Parque Olímpico matando duas pessoas e ferindo mais de uma centena. Descobriu-se mais tarde que o ataque tinha sido motivado por ódio aos defensores do aborto e dos direitos dos homossexuais. O autor, Eric Rudolph foi detido e condenado a quatro penas de prisão perpétua e mais 120 anos de cárcere.

Ben Johnson – Seul 1988

Os Jogos na capital da Coreia do Sul ficaram marcados pelo doping. O atleta canadiano, Ben Johnson, ganhou a final olímpica dos 100 metros com uns impressionantes 9,79 segundos. O canadiano batia assim um novo recorde mundial. Três dias depois o sonho caía por terra. Os resultados de um teste antidoping revelaram-se positivos para stanozolol. A medalha de ouro foi-lhe retirada e Ben Johnson acabou sendo crucificado em praça pública.

Hoje é um ativista e luta contra o doping no desporto.

Água manchada de sangue – Melbourne 1956

O jogo de Pólo Aquático entre a Hungria e a Rússia, nos Jogos Olímpicos de Melbourne (1956), ficou conhecido como “o desafio mais sangrento da história olímpica” da modalidade.

Em outubro de 1956, os estudantes saíram à ruas, em Budapeste, em protesto contra as políticas do Governo da República Popular da Hungria, impostas por Moscovo. Foi o início da revolução.

Com a revolta em marcha, os atletas húngaros chegam, em novembro, a Melbourne, motivados e com esperança. Ao aterrar na Austrália, descobrem que a União Soviética tinha invadido a Hungria. 3000 pessoas morreram e a resistência tinha sido esmagada.

Os atletas húngaros, de Pólo Aquático, liderados por Deszo Gyarmati, quiseram mostrar à equipa russa que embora o seu país estivesse ocupado pelos soviéticos, a supremacia no desporto olímpico praticado dentro de uma piscina não lhes poderia ser retirada. A partida transformou-se numa autêntica batalha. Socos, pontapés e agressões de todo o tipo por debaixo da superfície da água. Empurrões violentos, gritos e insultos pontuaram todo o desafio, que foi suspenso com um resultado de 4-0, a favor da Hungria.

Os húngaros seguiram para a final, contra a Jugoslávia, acabando por conquistar o ouro.

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A equipa olímpica húngara era formada por 100 atletas e, mal terminaram as Olimpíadas, metade pediu asilo a países ocidentais.

A saudação Black Power – México 1968

O mundo não esquece a imagem de Tommie Smith e John Carlos, nos Jogos Olímpicos do México (1968), de punho erguido com uma luva negra, a saudação do movimento Black Power (Poder Negro). Os dois atletas norte-americanos quiserem mostrar, assim, que os direitos dos negros continuavam a não ser respeitados em muitas sociedades.

Smith e Carlos tinham consquistado os 1.º e 3.º lugares, respetivamente, na final dos 200 metros. No pódio, o australiano Peter Norman (2.º classificado) envergou um casaco com as siglas do Projecto Olímpico pelos Direitos Humanos, em solidariedade para com os atletas norte-americanos.

O gesto mereceu a condenação do Comité Olímpico Internacional. Tommie Smith e John Carlos foram banidos para sempre dos Jogos Olímpicos.

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