Brasil: A última chance de Dilma. Primeiras notas do discurso da presidente suspensa.

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De  Antonio Oliveira E Silva
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Dilma Rousseff enfrentou esta segunda-feira o Senado Federal, depois da sua suspensão em maio. A câmara alta decide o seu futuro entre terça e quarta-feira.

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Com Lurdes Duro Pereira.Notícia atualizada às 15h15 GMT

O Brasil poderá pôr fim a 13 anos de poder do Partido dos Trabalhadores de Lula da Silva e Dilma Rousseff esta segunda-feira, depois de quase 300 dias de investigação.

A presidente suspensa começou o seu discurso perante os Senadores pouco antes das 10 horas de Brasília ( 14h horas em Lisboa e Luanda, uma hora mais tarde em Maputo).

⚡️ “Dilma depõe no Senado Federal” por SenadoFederal</a><a href="https://t.co/GV0th9Xia2">https://t.co/GV0th9Xia2</a></p>&mdash; Senado Federal (SenadoFederal) 29 de agosto de 2016

Dilma Rousseff, suspensa em maio, começou por dizer que nunca cometeria os crimes de que é acusada:

“Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria atos contrários aos interesses daqueles que me defenderam.”

Dilma Rousseff recordou, no início do seu discurso no Senado, que o seu percurso político se encontra marcado pela luta contra a ditadura militar brasileira:

“Recebi no meu corpo as marcas da tortura. Vi companheiros e companheiras sendo violentados e até assassinados. Na época, era muito jovem. Tinha muito a esperar da vida. (…) Mas resisti à tempestade de terror que começava a me engolir.”

Dilma Rousseff disse ainda que lutou por um país com menos desigualdades:

“Lutei por uma sociedade onde não houversse miséria nem exlcuídos. Por um Brasil mais soberano (…).”

“Aos quase 70 anos de idade, não iria ser agora que abdicaria dos princípios que sempre me guiaram.”

A presidente suspensa rejeitou as acusações de que é alvo por parte dos autores do impeachement.

“Não cometi os crimes injusta e arbitráriamente. Hoje, o Brasil, o mundo e a História nos observam e aguardam o desfecho deste impeachement. As acusações são meros pretextos (..) com uma fraca retórica jurídica.”

“Serei julgada por crimes que não cometi”. Alertou para ruptura democrática.

— Senado Federal (@SenadoFederal) 29 de agosto de 2016

Dilma Rousseff criticou ainda o Governo formado pelo presidente interino Michel Temer, que classificou como ultraconservador. Definiu a tentativa de destituição como “um golpe de Estado”:

“Um golpe que se for consumado, resultará na eleição indireta de um Governo usurpador.”

“Um Governo sem mulheres que dispensa os negros na sua composição ministerial e que ja revelou um profgundo dersprezo pelo programa aprovado pela presidente e pelo povo em 2014.”

O que está em jogo é a auto-estima dos brasileiros e brasileiras que resistiram aos ataques dos pessimistas de plantão (…).

São necessários 54 votos para a destituição ou impeachement de Dilma Rousseff.

O presidente interino Michel Temer afirma contar com pelo menos 60. Segundo o diário carioca O Globo, apenas dezoito senadores apoiam a presidente suspensa.

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Polarizado, o Brasil entra assim numa nova era, cujo início fica marcado por tensões políticas, sociais e económicas, 24 anos depois da destituição do presidente Collor de Mello.

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