EUA e Rússia ultimam acordo de cooperação no conflto da Síria

EUA e Rússia ultimam acordo de cooperação no conflto da Síria
De  Francisco Marques com lusa, tass, guardian, al-monitor
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Barack Obama e Vladimir Putin deram as instruções, John Kerry e Sergei Lavrov sentam-se à mesa em Genebra, com as Nações Unidas a torcer por fora.

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O secretário de Estado norte-americano e o homólogo da diplomacia da Rússia voltaram a reunir-se frente-a-frente, esta sexta-feira, em Genebra, na Suíça, para tentar acertar a base de uma cooperação em torno do conflito na Síria. O responsável das Nações Unidos pela pasta do conflito sírio está a torcer pelo sucesso desta nova ronda negocial.

Lavrov, Kerry begin talks in Geneva https://t.co/GBrRYIRx9R

— TASS (@tassagency_en) 9 de setembro de 2016

Seguindo as instruções dos respetivos presidentes, John Kerry e Sergei Lavrov dão, assim, continuidade à breve conversação do início da semana, em Hangzhou, na China, à margem da cimeira do G20, e prolongada quarta-feira ao telefone, nas quais o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros revela estarem a ser tratados “os restantes detalhes do acordo para se estabelecer uma cooperação Rússia-Estados Unidos na luta contra os grupos terroristas a operar na Síria.”

O enviado especial da ONU para o conflito sírio revelou, entretanto, ter estado também ele reunido com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia. Aos jornalistas, Staffan de Mistura pouco revelou desse encontro realizado quinta-feira à noite com Sergei Lavrov, sublinhando apenas que “a prioridade” é que Rússia e Estados Unidos cheguem a uma posição comum sobre a Síria.

#SyriaTalks The priority is for [Lavrov & Kerry] to come up w/ an agreed position, says UN</a> Sp. Envoy <a href="https://twitter.com/UNGeneva">UNGenevapic.twitter.com/lMmw10LRut

— UN Geneva (@UNGeneva) 9 de setembro de 2016

“Se eles tiverem êxito — e a ONU tem estado envolvida de forma ativa no apoio a estas negociações — as conclusões conseguidas podem fazer uma enorme diferença e ter um grande impacto também no relançamento da cessação de hostilidades, o que a acontecer pode ajudar igualmente o acesso da ajuda humanitária”, especificou Staffan de Mistura.

Uma carta enviada há uma semana pelo enviado especial dos Estados Unidos à Síria, Michael Ratney, aos “representativos das Fações da Oposição Revolucionária na Síria”, traduzida e agora divulgada pela página de internet Al-Monitor, revelou os alegados objetivos do acordo que estará a ser negociado em Genebra entre Washington e Moscovo.

Na missiva lê-se que as negociações terão sido “muito difíceis”, mas que o acordo estaria “quase alcançado” e que seria “anunciado em breve”. “Acreditamos que este acordo — se aplicado de boa-fé — poderá restabelecer as tréguas e parar com os ataques aleatórios do regime russo sobre civis e a oposição, acrescenta uma redução significativa da violência na Síria e abre caminho para o relançamento de um processo político credível”, escreveu Ratney.

Michael Ratney's letter to #Syria rebels on US deal with Russia via SaadAbedine</a> <a href="https://t.co/3r9rH2DB6M">pic.twitter.com/3r9rH2DB6M</a></p>&mdash; Osama Bin Javaid (osamabinjavaid) 7 de setembro de 2016

De um modo geral, Estados Unidos e a Rússia mantêm pontos de vista diferentes sobre o conflito na Síria. Em especial, no que toca à liderança do país. Washington defende a deposição de Bashar al-Assad e uma mudança política no país. Moscovo defende a continuidade do presidente sírio e mantém uma aliança militar com as forças do regime a combater alegados grupos terroristas no país, onde se incluem milícias da oposição a Assad.

O conflito, entretanto, já dura há mais de cinco anos e o balanço de vítimas já ultrapassa os 290 mil mortos, tendo provocado também milhões de refugiados.

Since January 2016, over 900,000 people – an average
of 5,000 per day – have been newly displaced in #Syriapic.twitter.com/M9RGZoo7sr

— OCHA Syria (@OCHA_Syria) 8 de setembro de 2016

Immense needs outstanding across #Syria
2016 Humanitarian Response Plan Monitoring Report https://t.co/jbKpGbGbOrpic.twitter.com/Zwbhc1cIaV

— OCHA Syria (@OCHA_Syria) 4 de setembro de 2016

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