Húngria diz "Não" ao sistema de quotas da UE para refugiados

Access to the comments Comentários
De  Euronews
Húngria diz "Não" ao sistema de quotas da UE para refugiados

No referendo húngaro deste domingo sobre o sistema da União Europeia de quotas de redistribuição de refugiados, mais de 95% dos que foram votar optou pelo não.

Para que tivesse carácter vinculativo, o resultado devia contar no mínimo com 50% de eleitores registados. Segundo os últimos dados disponíveis, menos de 44 por cento do total de eleitores foi às urnas.

Isto não impede o Primeiro Ministro de se regozijar com o resultado, declarando que mais húngaros votaram para dizer “não” a receber refugiados do que para dizer “sim” à União Europeia em 2013.

Viktor Orban, no poder desde 2010, encontra-se entre os mais fortes aguerridos opositores da imigração na União Europeia. A Hungria viu durante este ano as suas fronteiras a sul fechadas com arame farpado e com milhares de militares e polícia fronteiriça a patrulhá-las. O resultado não válido do referendo parece não ser um argumento para Orban:

“Bruxelas ou Budapeste? A questão era esta e nós decidimos que o direito de tomar esta decisão é apenas de Budapeste. A questão é simples: pode Bruxelas… pode a comunidade democrática da União Europeia impor a sua vontade num estado membro onde 92% dos que votaram a rejeitaram?
Prometo-vos, prometo aos cidadãos da Hungria que vou fazer tudo para impedir que isto aconteça. “

Uma das hipóteses adiantadas por Viktor Orban é alterar a Constituição húngara para que reflita o voto do povo.

A oposição, que apelou à abstenção no referendo, pede agora a demissão do primeiro-ministro, e encara o resultado como uma ligeira vitória, uma vez que não atingiu os números que lhe dariam poder legal.

A análise política crê que, além fronteiras, Orban perdeu, como diz à euronews Attila Juhász, do instituto de pesquisa e consultoria política Political Capital:

“De um ponto de vista internacional este resultado é definitivamente um falhanço para Viktor Orban, um referendo inválido é inviável para pressionar a União Europeia, ninguém levará isto a sério.”

Com 10 milhões de habitantes, a proposta da UE era que a Húngria recebesse 1294 refugiados.