Quando o Ano Novo muçulmano coincide com o judaico

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Não é todos os anos que a data do Ano Novo é a mesma nos calendários muçulmano e judaico.

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Não é todos os anos que a data do Ano Novo é a mesma nos calendários muçulmano e judaico. 2016 é uma das exceções: domingo, 2 de outubro. Ambos os sistemas se baseiam essencialmente nas fases da Lua. Os desfasamentos face ao dominante calendário gregorianofazem com que se proceda constantemente a ajustamentos. As duas comunidades religiosas assinalam o início de um novo ciclo com rituais diversos. Aqui fica uma breve explicação das origens destes dois enquadramentos temporais.

O êxodo de Maomé em cada ano novo muçulmano

O mundo muçulmano celebrou o ano novo do calendário islâmico no passado domingo. O dia 2 de outubro foi declarado como o início do ano 1438 da Hégira, o nome atribuído ao êxodo de Maomé de Meca para Medina, em 622 d.C.. Assim começou o mês de Muharram.

O calendário islâmico assenta em 12 meses lunares, cada um dos quais com 29 ou 30 dias. Isto significa que cada ano possui 354 ou 355 dias, o que provoca a flutuação das datas em relação ao calendário gregoriano.

Foi o califa Omar (586-644), que inicialmente se opunha a Maomé, quem determinou que o novo ano islâmico devia coincidir com a celebração da Hégira, que significa “exílio” em árabe, e que ilustra a resistência inicial que parte dos habitantes de Meca demonstrou perante o profeta do Islão. Segundo a tradição, a fuga ocorreu precisamente no dia 16 de julho de 622.

No entanto, os muçulmanos mais ortodoxos reconhecem sobretudo a importância da transição a duas outras datas religiosas: o Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadão, e o Eid al-Ahda, ou a Festa do Sacrifício, que se sucede à peregrinação a Meca.

O mês de Muharram contém outro momento religioso marcante: ao décimo dia, celebra-se a Ashura, o ponto culminante da reflexão a que os crentes são incitados.

O Rosh Hashanah judaico

O calendário hebraico é misto: baseia-se nas fases da Lua e nos ciclos solares. O primeiro mês do calendário civil é Tisri, que corresponde ao sétimo no religioso. Uma vez que seguir o ritmo lunar implica desfasamentos significativos em relação ao calendário gregoriano, que é predominante no mundo, em cada ciclo de 19 anos acrescenta-se um mês de trinta dias em sete ocasiões.

O ano novo hebraico celebra-se ao longo de dois dias: e, este ano, o arranque foi precisamente no dia 2 de outubro.

O Rosh Hashanah, como costuma ser apelidado, sucede 163 dias após o chamado Pessach, a celebração pela libertação dos judeus da escravatura no Egito.

The Jewish Museum wishes you a happy and healthy New Year! https://t.co/9M3q2EGrSy#RoshHashanahpic.twitter.com/LO1GNPbEio

— The Jewish Museum (@TheJewishMuseum) 2 October 2016

Segundo a tradição rabínica milenar, este momento remonta ao surgimento de Adão e Eva e, portanto, à criação do Homem. É também considerado como o Dia do Julgamento, no qual Deus avalia as ações de cada crente ao longo do ano que passou. É, por isso, um período de meditação, arrependimento e penitência.

No crepúsculo do décimo dia do Tisri, surge o Yom Kipur, o Dia do Perdão, a festividade mais sagrada do Judaísmo.

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