Turquia: a purga continua

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Na Turquia aquilo a que o governo chama “grande limpeza” continua e atinge agora proporções inéditas.

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Na Turquia aquilo a que o governo chama “grande limpeza” continua e atinge agora proporções inéditas.

Após a detenção de uma dúzia de pessoas pertencentes ao jornal da oposição Cumhuriyet esta segunda-feira, 1218 elementos da polícia foram suspensos no quadro de sucessivas purgas ocorridas após o golpe de estado falhado de 15 de julho.

Depois dessa data onde 241 pessoas perderam a vida e 2194 pessoas foram feridas, o governo turco teria detido, demitido e suspendido das suas funções um total de 110 mil pessoas.

Amplitude

Esta chamada “limpeza” abrange todas as instituições do estado. De acordo com um relatório parlamentar preparado a 28 de setembro pela deputada do partido CHP, partido da oposição, apenas no período compreendido entre 17 de agosto e 17 de setembro, o número de pessoas detidas ultrapassaria as 50 mil.

Nos ministérios, o mais atingido é o ministério da educação onde o número de funcionários afetados ultrapassa os 28 mil.

O exército e as universidades também fazem parte do grupo de instituições mais atingidas. De acordo com o relatório da oposição, no exército mais de 4500 pessoas foram afastadas. Nas universidades, o número de académicos suspensos ultrapassa os quatro mil enquanto 2340 foram simplesmente despedidos.

Comunicação social

A comunicação social também não escapou. De acordo com a Confederação dos sindicatos revolucionários da Turquia, durante o estado de emergência 200 jornalistas foram detidos e 2308 perderam os seus empregos. Quarenta e sete jornais, 16 revistas, 23 rádios e 16 canais de televisão foram igualmente obrigados a encerrar portas.

Com uma amplitude inédita, estas purgas suscitam a inquietação dos parceiros ocidentais da Turquia e das organizações de defesa dos direitos do homem. Eles não têm dúvidas de que o estado de urgência em vigor serve de pretexto para reprimir qualquer voz dissidente.

As autoridades turcas afirmam, por seu lado, que estas medidas de exceção são necessárias para eliminar as várias ameaças recordando ainda que 241 pessoas foram mortas em defesa do estado durante a tentativa de golpe.

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