Batalha por Alepo: Evacuação após cessar-fogo é adiada e regime retoma ataques

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De  Francisco Marques
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A operação deveria começar na madrugada desta quarta-feira, mas está suspensa e por enquanto sem explicação.

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A evacuação de civis e de feridos do leste da cidade de Alepo, no norte da Síria, foi adiada e pouco depois surgiram notícias de que as forças fiéis ao regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, teriam retomado os bombardeamentos de partes da sitiada zona leste da cidade.

Depois do cessar-fogo anunciado após um acordo entre a Turquia e o aliado mais forte do Presidente Bashar al-Assad, a Rússia, e celebrado como uma vitória pelo regime sírio, estava previsto começar na madrugada desta quarta-feira a evacuação dos últimos residentes entrincheirados no que resta da parte leste de Alepo, mas a operação foi suspensa.

Pouco depois, fontes das forças rebeldes e outras testemunhas citadas pela agência Reuters revelaram o reínicio dos ataques pelo regime sírio. “Há um bombardeamento feroz pelas forças do regime sobre a sitiada Alepo, com recurso a artilharia, tanques e morteiros”, disse um oficial de uma base turca na fação Jabha Shamiya, dando eco de informações recolhidas no terreno.

O diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdulrahman, afirmou tambem ter ouvido “o som de uma explosão nas áreas controladas pelas fações (rebeldes)”. “Crê-se que tenha sido causado por tiros de artilharia disparados pelas forças do regime a operar na área”, acrescentou.

Uma testemunha no local contou que o ataque terá demoradao cerca de meia hora e depois parou.

PHOTOS: Scenes from Aleppo before and during the war. See more here: https://t.co/jvrF9xFCqapic.twitter.com/2gYqMth1QZ

— Reuters Top News (@Reuters) 13 de dezembro de 2016

What 'victory' for the Syrian government in #Aleppo looks like. So many lives lost, so much horror #Syria#wecantsaywedidntknowpic.twitter.com/6Emb54Uues

— Sophie McNeill (@Sophiemcneill) 14 de dezembro de 2016

Desde Paris, em França, o Presidente do Conselho local do Leste de Alepo explicava terça-feira à noite que “o acordo (de evacuação) inclui os grupos de combatentes e os civis de Alepo”.

“A minha responsabilidade é proteger as pessoas e, por isso, encorajar esta iniciativa, mas infelizmente as garantias de que aqueles civis não sejam massacrados pelo regime são frágeis”, lamentava Brita Hagi Hasan, na capital francesa.

Pelas redes sociais, o grupo Alepo Media Center (AMC) revelava por volta da meia-noite, hora de Lisboa, o adiamento da evacuação dos civis de Alepo e já esta quarta-feira manhã dava conta de novos feridos pelos novos bombardeamentos com artilharia pesada.

عاجل: جرحى مدنيون بقصف مدفعي مكثف لقوات النظام على #حلب المحاصرة، في أول خرق لهدنة وقف إطلاق النار التي فرضتها #روسيا ليلة أمس.#AleppoAMC

— مركز حلب الإعلامي (@AleppoAMC) 14 de dezembro de 2016

(Urgente: Civis feridos por artilharia pesada na primeira violação da trégua imposta na noite passada.)

عاجل: تأجيل إخلاء الدفعة الأولى من المصابين داخل مدينة #حلب المحاصرة لعدة ساعات.#AleppoAMC

— مركز حلب الإعلامي (@AleppoAMC) 13 de dezembro de 2016

(Adiada por várias horas a evacuação do primeiro lote de feridos da cidade sitiada de Alepo.)

Heavy clashes & shelling led to mass displacement of thousands of people in #Aleppo#Syria, read latest UN</a> report <a href="https://t.co/ic2Jtf2ylf">https://t.co/ic2Jtf2ylf</a> <a href="https://t.co/FkLDBjFnT6">pic.twitter.com/FkLDBjFnT6</a></p>&mdash; OCHA Syria (OCHA_Syria) 10 de dezembro de 2016

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